VALE DO CATIMBAU
Muitas atrações por este Brasil afora, principalmente na região Nordeste
Sábado, às 10h deixava o apartamento no bairro do Janga, Paulista – PE com destino ao Parque Nacional do Vale do Catimbau no município de Buíque - PE. O Vale do Catimbau fica localizado no sertão do estado, tem 62.000 hectares e detém o título de segundo maior sítio arqueológico do Brasil (o primeiro é a Serra da Capivara no Piauí), partindo do Recife são 300 Km.
Sigo pela PE 22, PE 15 e BR 101 rumo a BR 232 que infelizmente encontra-se duplicada somente até São Caetano, porém o trecho da BR 232 de Recife até São Caetano está em bom estado, após esse trecho encontramos muitos animais mortos nos acostamentos (sobretudo entre Arcoverde e Buíque) e muitos caminhões também...
Chegando no centro de Buíque é fácil ver o giradouro que dá acesso a PE 270 que liga Buíque a estrada de terra (11 km) para a Vila do Catimbau.
Cheguei por volta das 15h na entrada da vila e fui até a associação dos guias, o Genivaldo me deu todas as informações; são várias trilhas (a pé) e o custo é de R$ 50,00 por pessoa, tem trilha que só inicia após um percurso de 11 a 18 km de carro/moto, mas também existem aquelas mais "light" que começam por ali mesmo.
Depois das informações fui procurar o Paraíso Selvagem, lugar de camping e onde pessoas da região vão passar a tarde, por lá também existem trilhas pra fazer. Após armar a barraca tratei logo de ir explorar o lugar, do alto de uma grande formação de arenito vi a pedra do cachorro relativamente perto, queria mesmo era acampar lá em cima! Vou buscar a barraca... Não era permitido... Restou sentar e apreciar o belo pôr do sol.
No Catimbau não tem sinal de celular (de nenhuma operadora). Decidi ir à vila e comprar cartão telefônico, não encontro.. Perguntei como usavam o orelhão, disseram que ligavam a cobrar! Hehehe.. Liguei a cobrar pra todo mundo, hora não funcionava hora ninguém atendia... Pronto, agora todos devem estar pensando que estou morto! Já voltando pro camping por volta das 20h, avisto cadeiras, telas de computador e uma legião de adolescentes numa casa de esquina. Não acredito.. Era uma Lan House! Entrei no Facebook e postei: "Cheguei no Vale do Catimbau desde às 15:30h mas aqui não pega celular e nenhum orelhão funciona.. Tá tudo certo, amanha vou fazer trilha pela manha!". À noite fez muito frio! A barraca estava ao lado da bica e a umidade gigante contribuía ainda mais pro frio, foi a noite inteira assim, piorando com a madrugada. Acordei às 9h e o frio continuou, tive que colocar a jaqueta pra sair.
Encontrei o proprietário do Paraíso Selvagem o Índio Jurandir, ele contou sobre seu passado, pois vive lá desde a década de 70, falou dos fósseis e ossadas encontradas ali na área em que estávamos, contou das outras trilhas; há de três dias andando e acampando no mato me interessou muito, essa vai bater próximo de Paulo Afonso na BA!
O Iran (filho do Índio Jurandir) foi o meu guia na trilha que inicia lá mesmo pelo Paraíso Selvagem, são duas horas de caminhada até o topo da serra. Gostei já da parte de baixo onde conhecemos a caverna, o cemitério indígena, a pedra da "pata de cavalo" e os vestígios de inscrições rupestres. A coisa melhorou ainda mais na subida da serra, muito boa a vista lá do topo (200 m).
Parada pra água e doce pra recuperar as energias. Descemos por outra trilha mais amena, cansado, mas feliz! Após a trilha tomei um belo banho de chuveiro de água mineral que brota na própria região, arrumei a mochila, tirei algumas fotos me despedindo em seguida de Júnior (filho caçula do índio Jurandir), de sua mãe, de outro garoto da região e de Iran (não falei com o Índio Jurandir pois ele havia saído).
Peguei a estrada às 13h do domingo, mas já programava na cabeça o roteiro da próxima viagem aqui pelo nordeste.
Fica aqui uma dica de um roteiro histórico pelo Brasil.
Texto e fotos:
Leonardo Castanha