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BAFÔMETRO PARA O GARUPA?!

 
Eu estava descendo a estrada que liga Lumiar a São Pedro da Serra, região serrana do Rio de Janeiro, e em determinada curva encontrei outra motocicleta ocupada pelo condutor e garupa. Até então, tudo bem. Fico sempre feliz em cruzar com outros motociclistas pelas estradas. Só que desta vez o “encontro” quase vira abalroamento, sim, isso mesmo!

Quando me deparei com a motocicleta a minha frente eu estava a uns 50 km/h em razão das curvas fechadas daquela estrada. Quem conhece a região, sabe o quanto é necessário redobrarmos o cuidado com aquele piso totalmente mal preservado e por não haver acostamento. Além do mais, por muitas das vezes, veículos de passeio em direção contrária invadem metade da sua pista por ser uma estrada muito estreita.

Observei que a motocicleta a minha frente estava em um ritmo mais devagar, talvez uns 30 km/h. Não imaginei o que estava por vir, apenas deduzi que pelas condições da pista o condutor também mantinha a sua velocidade de segurança.

Sua motocicleta era uma naked e certamente não enfrentaria aqueles buracos como a minha, uma big trail.

Assim que me aproximei para ultrapassar, além da piscar o farol e dar uma breve buzinada como “cumprimento” e ao mesmo tempo alertar da minha manobra, percebi que a motocicleta a minha frente apresentou um certo desiquilíbrio. Naturalmente entendi que era em consequência da irregularidade do piso, mas como eu tinha plena visão do trânsito oposto, aquele era o momento da minha ultrapassagem. Apenas acelerei mais um pouco e dei início à manobra. Já quase ao lado da motocicleta a minha frente, quando menos esperava a mesma inclinou para a minha direção me forçando a abrir para esquerda e rapidamente me reposicionar para não perder o traçado da próxima a curva à direita. Na hora só pude tratar de manter a estabilidade da minha motocicleta e preparar-me para fazer aquela curva, totalmente fechada, e sem qualquer espaço de acostamento.

Consegui fazer a curva com certa dificuldade. Mais a frente parei a minha motocicleta para ver o que tinha ocorrido com esta naked e oferecer ajuda ao outro motociclista. Imaginei na hora que fosse algum problema na suspensão.

Este motociclista para a uns 20 metros a minha frente e ainda percebo o desequilíbrio da sua moto.

Naquele instante nitidamente eu já conseguia identificar o problema: “o seu garupa sequer conseguia ficar posicionado no banco”.

Ainda preferi imaginar que o garupa estivesse se sentindo mal por questões de indisposição com sua saúde.

Mas não, o problema ERA CACHAÇA MESMO!

Desci da minha motocicleta, já “p... da vida” pelo aperto que passei e fui perguntar ao condutor se o mesmo “tinha juízo”.

Naquele instante o garupa desce (sai de qualquer maneira) desiquilibrando novamente a motocicleta e senta-se no cantinho da pista.

Não queria ficar ali parado, mesmo a estrada tendo pouco fluxo de trânsito poderia gerar algum acidente pela falta de espaço.

Percebi que o condutor estava sóbrio. Este se desculpou dizendo que teria ido pegar o seu primo, o garupa, que se encontrava em churrasco em um sítio ali próximo, e o levava pra casa em razão de ter bebido de forma excessiva.

Preferi não falar nada, apenas subi na minha moto e segui meu caminho.

Fiquei pensando a quão absurda era a situação. É mais do que sabido que veículos e bebida não combinam, ainda mais se este depender do equilíbrio corporal. Fiquei na dúvida se deveria tomar alguma outra providência para que os mesmos não se acidentassem, mas sei que não posso concertar o mundo.

Agora fica uma pergunta: Se não houver bom senso por parte dos motociclistas condutores, será que haverá a necessidade de aplicação de alguma lei, como a obrigatoriedade de bafômetro também para o garupa?

A motocicleta é uma integração de equilíbrio, e como todos sabem, o garupa é um segundo condutor

Se não houver bom senso, qual será a solução? Deixo no ar esta questão.


Pilotem com segurança e boas estradas.

Eduardo Wermelinger
 
 
 
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Comentários (1)

7/4/2012 23:06:07
CELSO FURTADO
É uma situação muito polêmica fazer com que o garupa se submeta ao teste do bafômetro. Neste caso tem que prevalescer o bom senso.
 

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