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BOTSWANA UM PAÍS DANÇANTE

 
Por Marcelo Resende

DANÇANDO COM IRMÃ

Não tem jeito: viajar no asfalto é mais sem graça que dançar com a própria irmã. Mesmo com a novidade de ter que pilotar em mão inglesa, o asfalto só te leva para onde todo mundo vai e tudo às suas margens é mais pasteurizado que leite de caixinha. Se quiser curtir uma dança mais apimentada com uma modelo russa, as estradas de terra definitivamente terão que ser o destino.

Adotamos a estratégia de seguir pelo asfalto e, onde o coração mandava, nós entrávamos nas estradas de terra. Às vezes seguíamos várias dezenas de quilômetros, não encontrávamos nenhum atrativo e voltávamos para a estrada principal. Mas tudo que encontramos de interessante só ocorreu nas nossas incursões sem compromisso pela terra.


BOTSWANA UM PAÍS DANÇANTE

Os trâmites de saída da África do Sul e entrada pelo sul da Botswana em Lobatse nos deram uma idéia de como seriam as demais aduanas que enfrentaríamos: falta de informação, ambientes feios e muito fedorentos e controles absolutamente ilógicos e inconsistentes. Para compensar, sempre pessoas atenciosas.

É sempre bom levar alguns dólares e não confiar no que gosto de fazer que é apenas contar com a possibilidade de sacar moeda local no cartão de crédito, pois nem sempre há cidade próxima às aduanas e para dar entrada da moto é cobrada alguma taxa em moeda local. Há sempre algum ponto de câmbio junto aos controles fronteiriços e todas as taxas pagas são comprovadas com recibos.

As pessoas dos países por onde passamos, especialmente na Botswana, mereceriam um capítulo à parte. Que povo bom! Não há nenhuma pressa para atender ou servir e isso causa certa estranheza no início, mas rapidamente percebe-se que esse comportamento é decorrente do que mais parecem prezar: o contato verdadeiro com as pessoas.

Mesmo em recepções de hotéis e em restaurantes, os atendentes terminavam suas conversas com calma para só depois nos atenderem. Aquilo que parecia descaso se revelou depois como zelo para com os semelhantes. Não foram raras as situações onde os atendentes paravam todo o serviço para conversar conosco, nos orientar ou acompanhar com toda calma. Cada coisa feita calmamente e a seu tempo.

A população da Botswana se mostrou um povo incrivelmente cativador. É um país dançante. Quando se empolgam em algum assunto mais interessante, dão umas requebradas, tal qual se estivessem a começar uma dança. Algo cativante como o sorriso e a boa vontade de todos.


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Comentários (5)

24/1/2012 14:55:32
WILSON BENEVITT
Marcelo e Eduardo Wermelinger, vocês sempre nos surpreendendo. Parabéns ao dois por mais esta viagem. Abraços.
 
23/1/2012 22:37:33
DANIEL ALVARES
Show de bola!
 
23/1/2012 09:15:34
MARCIO PAVANELLO BRIGNOLI
Olá pessoal, este comentário sobre o comportamento das pessoas na Botswana é exatamento ao contrário do comentário que um amigo fez sobre as pessoa na Alemanha (todos com muita pressa). Aí é para pensarmos, em qual país se vive mais tranquilo no 1º mundo ou 3º mundo.
Abraço a todos.
 
20/1/2012 23:24:49
CELSO
Meus caros, eu estou acompanhando com o maior deleite todos os relatos da viagem e não vou repetir todos os elogios que já fizeram a vocês. Eu quero apenas AGRADECER. MUITO OBRIGADO POR VOCÊS NOS LEVAREM NA GARUPA DOS SEUS SONHOS. Obrigado por nos permitirem "viajar" pelos caminhos que vocês passaram e que não conhecemos. Obrigado por dividir conosco as delícias de suas experiências. Obrigado por nos deixar ainda mais apaixonados pelo mundo em duas rodas. Que nos encontremos numa dessas.

CELSO - SP
 
20/1/2012 11:17:03
OTAVIO ARAUJO GUGU
Eduardo, incrível ler as observações quanto ao comportamento das pessoas em suas viagens. Vê-se em seus textos a importancia que vc dá ao ser humano e aos animais, MUITO maior do que dá a monumentos, vulcões, cidades, edifícios. Por esse e outros motivos o Rotaway tornou-se #1, e não sou só eu que acho isso!!! Fraterno moto abrço a todos, Gugu - Taubaté/SP
 

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