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A ARTE DE OLHAR PRA FRENTE

Confira um pouco mais do encanto desta região.

 
Eram quase 6 horas da manhã, e ali começava mais uma viagem por um território onde a paisagem se mesclava com cidades antigas e suas características arquitetônicas, vinhedos, pomares, oliveiras e a hospitalidade das pessoas.

Região marcada por um passado sofrido na sua história. O termo Bálcãs está ligado às guerras e hostilidades entre etnias.

Hoje, somente o encanto e a beleza da região celebram a união das diferentes culturas e idiomas dos povos dos Bálcãs.

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Muitos lagos de formação vulcânica com águas cristalinas, decoradas com centenas de grandes e pequenas cachoeiras, que dão um ar todo especial a paisagem.


Definitivamente, um imperdível pedaço de paraíso

Mesmo depois das guerras ainda restam muitos lugares onde a peculiar arquitetura local foram preservadas.

Como sempre, atento aos mínimos detalhes, ainda podia ver as cicatrizes da guerra na arquitetura e nas pessoas.

Quando saí para fotografar a parte noroeste de Plitvice, uma fato muito me marcou.

Estava passando por uma edificação com os vestígios da guerra.

Achei que ali daria uma boa foto para também registrar a consequência da guerra. Havia muitas marcas de tiro nos prédios.

Ao fazer um contorno por uma rua estreita me surpreendi com a seguinte cena: Crianças brincavam em um pequeno gramado em frente a uma destas construções onde nas paredes haviam as marcas da guerra.


Queria registrar um pouco da realidade vivida por estes povos em um passado recente. Parei a motocicleta e peguei minha máquina fotográfica.

A minha presença despertou a atenção destas crianças, que aos poucos se aproximavam. Como não podia me comunicar no idioma croata, adotei a linguagem dos sinais, e com a minha máquina fotográfica em mãos, apontei para a fachada do prédio, demonstrando que a minha intenção era registrar aquela imagem.

As crianças entenderam e fizeram alguns comentários entre elas.

Embora eu não compreendesse o seu idioma, ali já conseguia decifrar nos olhos destas crianças traços de tristeza, que não deixavam dúvidas que aquela imagem era para ser esquecida.


Naquele instante me senti como um intruso na história de cada criança que ali se encontrava.

Pra mim tinha ficado claro que fotografar aquela edificação era como se estivesse reabrindo uma ferida.

Ao me dar por convencido que eu não deveria fazer a minha foto, as crianças começaram de forma muito sutil a fazer algumas gesticulações, os quais não deixavam dúvidas em interpretá-los.

Me diziam com estes gestos, “não olhe pras paredes furadas pela guerra, olhe para frente, veja o lado bonito da esperança que nos esperam”...

As crianças tamparam os olhos e deram as costas para o edifício

Neste momento na linguagem dos sinais dei a entender para estas crianças que eu tinha como objetivo fotografá-las fazendo os seus gestos, e elas concordaram.

Depois de umas duas fotos destas crianças, liguei a moto e segui o meu caminho.

A partir deste momento não tive qualquer vontade de fazer mais fotos da herança deixada pelas guerras.

E mais uma vez aquela passagem me levou a reflexões sobre a nossa vida.

Por mais que existam feridas em nossos corações, temos que ter a sabedoria na “Arte de Olhar pra Frente”.



Abaixo deixo registrada algumas fotos deste da beleza desta região



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Você também leve sempre o seu olhar mais a frente. Não somente para aquilo que os olhos possam enxergar, mas buscar no foco do seu olhar o caminho da esperança, a essência do “saber viver".

Um grande abraço.

Boas estradas.

Eduardo Wermelinger
 
 
 
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Comentários (20)

2/8/2014 18:57:50
ARY FREITAS
Eduardo, sempre passo pelo seu site para ler um pouco sobre suas aventuras. Sempre me surpreendo com alguma coisa. Tenho lido e estudado muito sobre as guerras na região dos Balcãs, a história das crianças e suas atitudes devido às lembranças, me fizeram chorar como se eu tivesse vivido aquele "tenebroso" período da vida deles. Cara, sua atitude também me fez lacrimejar, considerando que nunca devemos nos intrometer na história alheia, mas contemplá-la e "passar. Valeu.
 
17/3/2013 08:37:59
CRISTIANO LATANCCI
Edu é impressionante esta sua observação. Estivemos por lá em 2011 e minha esposa foi tirar uma foto destas paredes marcadas pela guerra, e uma senhora fiz de tudo para que não fotografássemos. abraços
 
15/3/2013 19:25:18
JOÃO PEDRO
Eduardo,
Você conseguiu sintetizar a realidade desta região, e com a devida serenidade pra mostrar o quanto sofreu esse povo e o reflexo da esperança na geração destas crianças. Também conheci esta região. É muita bonita mesmo! Valeu pelo texto e as fotos. Abs. João
 
12/3/2013 09:39:02
ADV
Um texto magnífico, como sempre, recheado de belas imagens deste verdadeiro poeta motociclista (ou seria motociclista poeta?) impagável queé o Eduardo!!! Parabéns Eduardo!!! Excelente, "só para variar"... Abraços; Adv
 
4/3/2013 13:48:03
RONALDO CALDEIRA
Prezado Eduardo,
conheci quase toda esta região em 2010. Aqui no seu relato, você de forma precisa, defini todo o sentimento das pessoas quem tem a sua origem, esta região. Com a frequencia da presença de turistas, este sentimento é amenizado.
Parabéns pelo artigo, e como sempre, pelas fotos.
 
3/3/2013 13:48:24
FERNANDO ZANFORLIN
Éhhhh, meu amigo, vc. viu, sentiu aprendeu, e o mais importante nos ensinou, obrigado.
Andar na sua "garupa" é uma honra e previlégio.
Forte abraço.
 
3/3/2013 07:33:19
MARCELO
Excelente, Edu, querido! Belo texto, belas fotos!
abraço forte!
 
3/3/2013 06:40:31
MANOEL MOURA
Muito legal essa tua leitura dos fatos. Quanto às fotos, elas dispensam comentários. Abraço, MM.
 
1/3/2013 10:32:19
DONATO MONTEIRO
Caro Eduardo,
Texto assertivo e primoroso regrado a fotos deliciosas, parabéns.
Em contextos gerais a historia merece seu respeito, enxergar em suas entrelinhas seus ensinamentos é um sopro de aprendizado que guardamos em nosso semblante, trata-la (a historia local) com o devido respeito e não a obscurecer ou ignorar é sinal essencial de nosso crescimento humano.
Saborear o enredo histórico local e tão gostoso quanto uma boa estrada, e isto sei que vc o faz muito bem.
Fraterno abraço
Boas estradas.
Donato Monteiro
 
1/3/2013 07:23:35
CARLOS MARTINS
Concordo plenamente com o relato do amigo Eduardo, pois todos os outros amigos viajantes que por aquelas terras tiveram, dizem o mesmo. Eduardo, estamos com a porta de nossa casa aberta a vossa pessoa. Martins (Coimbra, Portugal)
 
1/3/2013 04:41:15
FAROOQ
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1/3/2013 00:37:08
VAL PESCE
Acredite no impossível e confie no improvável todos os dias...
E assim, sorria em paz! Porque o Universo sempre te mostra a magia de saber viver, e ser feliz...
 
28/2/2013 19:33:05
JOÃO PALHARES
Fala Edu!!! Estas dicas que o Pimenta Jr te passou você não perdeu tempo!
Aluguei uma moto com Matej e rodei só pela Eslovênia pq tinha pouco tempo. Cara, muito legal a sua sensibilidade. É exatamente o que você relatou acima.
Na época da minha viagem, conheci o George Wurn, que vocês almoçaram juntos com o Simon Birrer. Eita mundo pequeno! Vê se aparec. Abraços
 
28/2/2013 16:30:44
THALES MONTEIRO
Eduardo,
Estive nesses lugares de moto o ano passado. Compartilho da mesma percepção. É incrível como um povo que enfrentou tanto sofrimento - num passado recente - ainda pode sorrir e receber bem extrangeiros!!
Adoro seus relatos. Parabéns!
 
28/2/2013 15:49:19
CESAR ALVES
Eduardo, parabens pela sensibilidade de " perceber " as crianças .
Elas em sua pureza e adiantamento nos mostram que devemos sómente nos lembrar do passado para não repetirmos os mesmos erros, viver o presente, e fazer o futuro como elas gostariam de viver.
Abs
 
28/2/2013 12:41:30
CLAUDIO MARCONNI
O lugar é bonito sim, mas tem uma melancolia no ar, principalmente em povoados mais distantes dos lugares de maiores concentração, que por sinal, quem traz um ar de festa são europeus e turistas de outras regiões. valeu pela observação do texto
 
28/2/2013 12:12:11
JONAS BELTRÃO
Rodei na eslovenia por indicacao do Edu. Aluguei uma GS com Matej e fui super bem atendido.
Muiiiito boa esta trip.
Super recomendada.
 
28/2/2013 11:31:38
RICARDO FLORES
E isso mesmo! Lindo lugar e seu povo muito hospitaleiro, mas algumas regiões são tristes. Legal a sua obervação e as fotos, show! Abs
 
28/2/2013 11:21:24
VIVIANE CUNHA
Edu mais uma vez com o seu texto retorno para esta região. Não só a minha pessoa, meu marido e mais um casal de amigos que nos acompanhou nesta viagem, em 2007, foram unânimes nesta sua dissertação vivida pela sua pessoa, principalmente no possa retratar a o sentimento que as pessoas externam. Um destino imperdível, como você mesmo disse. Que Deus continue iluminando o seu caminho.
 
28/2/2013 11:15:12
TAZ MAXADO
Eduardo, muito muito bonirto o seu post e seu texto. Eu viajo um pouco por esse palneta nosso tbm e nunca me atraiu tirar fotos de momentos ou "quadros" como os descritos pro vc , e muitos falam que nao faze-lo, é querer ignorar o que passou e que isso deve ser lembrado. Nunca vamos esquecer o que passou, mas não ha necessidade de ficar "vislumbrando" esses episodios, a mais pura verdade é "olhar pra frente" sim, o maximo possivel, afinal aprender com o passado, nao ficar remoendo o mesmo!
Parabens pela viagem, execelnte escolha, e la exsite um povo maravilhoso!
 

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