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UM CONTADOR DE HISTORIAS

Sabe-se que em tempos passados, a historia era repassada de geração em geração na formal oral.
Esta prática modificou-se com o tempo.

Apesar da escrita e das tecnologias, ainda hoje, há contadores de historias.
Quando viajamos gostamos de compartilhar os aspectos e circunstâncias observados na viagem, seja através de fotos, vídeos, texto e/ou fala.

 
Quando falamos, nem sempre conseguimos envolver os demais em nossa conversa.

Eu, em particular, acredito que escrevo melhor do que falo. Minha fala tende a ser concisa e objetiva.

Muitas vezes trago na mente as sensações e sabores dos lugares onde fui, tendo que anotar em um diário o nome das cidades e a historia do local que visitei, pois esqueço com facilidade muitos detalhes.

A fala pode expressar as impressões através de um relato, uma descrição ou uma conversa instigante.
Contar uma historia requer habilidade, sensibilidade e emoção para envolver e estimular a criatividade de quem ouve.

Em Gramado/RS fazia um frio danado quando eu e meu marido tivemos a alegria de conhecer o Eduardo.
Ali, num café da rua coberta, iniciamos uma conversa que se estendeu mais tarde à sala da lareira do hotel.

Ficamos muitas horas ouvindo e trocando ideias sobre as viagens, mas principalmente, ouvindo o Eduardo contar suas experiências recentes e mais antigas, bem como seus planos imediatos.

Homem com traquejo e simplicidade, nos deixou muito a vontade apesar de ser nosso primeiro encontro.


Dizem que cada pessoa é um universo.

É verdade. Naquelas horas, que não vimos passar, entramos num universo muito particular.
Pudemos ouvir o que já havíamos lido e visto através das fotos e vídeos editados neste site, mas de outra forma.

A conversa pessoal pode ser melhor que a escrita.

Ficou a vontade de saber mais, ouvir mais.
Aqui leio os textos sobre viagens e motocicleta, observando a diversificação na forma e conteúdo.

Segundo Malba Tahan, algumas características que um bom contador de histórias deve ter:

Sentir, ou melhor, viver a história; ter a expressão viva, ardente, sugestiva.
A história deve despertar a sensibilidade de quem a conta, sem emoção, não terá sucesso.

Narrar com naturalidade, sem afetação.
O vocabulário utilizado deve ser adequado ao público ouvinte. Na oralidade é preciso ser mais claro e objetivo, sendo necessário, às vezes, completar as idéias da história.

Conhecer o enredo.
O contador tem que estar seguro sobre o que vai contar, do contrário é melhor não contar.

Dominar o interesse.
Sempre buscar maneiras de fazer com que os ouvintes permaneçam concentrados na história.


Falar com voz adequada, clara e agradável.
Não convém falar em falsete ou impostando a voz, a não ser que seja em momentos específicos para caracterizar um personagem.

Ser comedido nos gestos.
Se exagerar em gestos sem objetivos, quando fizer um que seja necessário para melhor entender a história, não será notado.

Ter espírito original.
Contar as histórias com suas próprias palavras – contar o que está velho de forma nova. Se a história for de livro deve ser adaptada, pois a linguagem escrita é diferente da oral.

Ter estudado a história.
Não é necessário decorar, mas sim testar diversas possibilidades de exploração oral para contar com espontaneidade.

Malba Tahan traz consigo, um verdadeiro Contador de Histórias.

Quem sabe?
Fico pensando em como seria bom um encontro entre os contadores de historia do mundo do motociclismo?

Fica a ideia.

Um abraço a todos.

Raquel Trindade
Porto Alegre – Rio Grande do Sul


 
 
 
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Comentários (12)

10/7/2011 16:58:57
HELENA L DALLAROZA
Oi Raquel.
As palavras deslizam leves pelos teus dedos.
bjs Helena
 
26/6/2011 13:23:01
PABLO SANCHEZ DE BUENOS AIRES
Muchas veces me ha pasado que trate de contar la historia de algun viaje pero la myoria de la gente es como que te dice que bueno!! como me gustaria hacerlo!! y cuando empezas a transmitir tus vivencias es como que no quieren salir de su rutina de vida:trabajo-casa-futbol-cuentas-dejar pasar los dias y la vida y empieza de nuevo hasta el infinito...
A veces es mas dificil encontrar interlocutor que narrar la historia misma....solo encuentro gennte que escucha cuando hago un viaje, es muy particular ello. gracias y un abrazo desde buenos aires.
 
22/6/2011 20:51:04
CARLINDA FISCHER
pra variar, amei! te admiro por tudo minha irmã, mas especialmente por esta facilidade em escrever, em contar as historias de maneira tão clara e cativante!sempre é bom ler os teus textos, conhecer o mundo através do teu olhar...espero que virem livros em breve!beijos!
 
22/6/2011 20:48:08
JU MEDEIROS
A melhor maneira de contar história é pela fala, para mim, pois podemos dar ênfase as palavras. Já atraves da escrita a compreensão depende de quem ler e nao de quem a escreveu. Imaginem essa frase e dê ênfase a cada palavra e veja como difere.
EU não disse que pedro era ladrão.
eu NÃO disse que pedro era ladrão.
eu não DISSE que pedro era ladrão.
eu não disse que PEDRO era ladrão.
eu não disse que pedro era LADRÃO.
 
22/6/2011 20:47:35
CARLINDA FISCHER
pra variar...amei! te admiro por tudo minha irmã, mas especialmente por esta facilidade em escrever, em contar as historias de maneira tão clara e cativante!é bom ler os teus textos e te ter ao meu lado me ensinando e me mostrando o mundo através do teu olhar....espero que teus textos virem livros em breve!beijos!
 
22/6/2011 19:30:44
ODETE ALVES LIMA
esta vai para Patrícia FLORES DA Cunha. Patrícícia. Há muitos anos tive um amigo, que morava na mesma Pensão que eu morava no bairo do Humaitá,no Riode Janeiro. Chamava-se
Mairon Floes da Cunha. A essa altura ,acho que êle já se foi para outro plante. Era seu parente por acaso ? Ele também era do Sul. Adoro a forma como escreve e descreve a Raquel. abaços Odefe
 
22/6/2011 18:07:09
OTAVIO ARAUJO GUGU
Raquel, vc escreve muito bem, seu texto é simples, de fácil leitura, delicioso de ler. Parabéns por suas sinceras palavras. O amigo Eduardo é realmente uma pessoa singular, especial, única. Já tive oportunidade de ler Malba na infancia, não sei se vc leu o < Homem que Calculava> - muito bom. As descritas características de um bom contador de histórias estão certíssimas, vou pensar sempre nisso. Anotado. Tenho alguns textos postados no Rotaway e gostaria que vc oportunamente desse uma lida. Fraterno abraço a todos, Gugu
 
22/6/2011 17:26:31
PATRÍCIA FLORES DA CUNHA
As vezes fico escutando alguém relatar algo, que sequer consigo prestar atenção. Enquanto existem pessoas que quando começam a fazer as suas narrativas, nos prendem de tal forma, que até o aroma conseguimos nos envolver pela imaginação.
Valeu Raquel.
Bjs, Patrícia Flores
 
22/6/2011 16:57:36
CELSO LUIZ DO CARMO
Todas as idéias são bem vindas e delas sempre acrescenta co hecimento, mas esta idéia da Raquel é impar. Quando conto historias me transporto para aquele momento. consigo viajar nos meus pensamentos. Me sinto muito bem. Parabens pela idéia e os esclarecimentos para ser um bom contador de historias ou aventuras. Principalmente motociclisticas. Abrs e fk com DEUS
 
22/6/2011 16:30:37
JU MEDEIROS
As historias
 
22/6/2011 14:41:41
GIDALTO DIAS
O que a Raquel colocou me fez... pensar pois muitas vezes falamos ou escrevemos um montão de palavras... mas não falamos nada parabéns
 
22/6/2011 14:01:11
CMELLO
Sábias e profundas palavras, Raquel Trindade.
Você sintetizou muitos de nossos pensamentos e sentimentos.
Grande Abraço,
CMello
 

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