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SEGURANÇA NA PISTA - SINALIZAÇÃO HORIZONTAL

 
Por: Alexsander Ramos de Souza
alexsander.ramos@gmail.com

A sinalização horizontal, (faixas pintadas sobre as ruas e avenidas das cidades) merece uma atenção especial por parte de todos os condutores que em nossas ruas trafegam, em especial com condição de pista molhada.




É possível observar em todas (ou quase todas) as ruas e estradas, as demarcações às margens da pista sua linha central segmentada ou continua, dupla ou simples, bem como em alguns locais específicos sinalização de direção, pistas para retorno, parada obrigatória, limite de velocidade, entre tantos outros sinais demarcados horizontalmente em nossas vias, em alguns casos ocupando grande parte da pista e com faixas espessas.
O material utilizado nestas faixas em geral oferece um baixo coeficiente de atrito em relação ao pavimento, seja ele asfalto ou concreto como ocorre em muitas de nossas rodovias e avenidas, esta situação se agrava em grandes proporções com o piso molhado, onde esta sinalização torna-se muito escorregadia.


Não obstante esta sinalização em muitos pontos deixa a desejar em refletividade, especialmente à noite, quando mais precisamos de sua eficiência, isto desconsiderando os locais onde não está conservada adequadamente e ou sequer existe.


Não raros são os casos de colisões por frenagens sobre este tipo de sinalização, especialmente sob chuva, mesmo com o devido cuidado

Imaginemos agora os efeitos desta sinalização para as motos, a área de contato do pneu de uma moto, raramente é superior a espessura de uma faixa de sinalização, ou seja se o motociclista por algum motivo for obrigado a fazer uma curva por exemplo, sobre a sinalização já estará correndo um risco de queda, consideremos ainda uma frenagem, onde a área de contato do pneu estará completamente sobre a área sinalizada.


Com chuva, pista molhada, naturalmente escorregadia, soma-se os vários materiais que ficam depositados no piso, como areia, óleo, os próprios fragmentos do asfalto, a borracha dos pneus dentre outros, sobre a sinalização a qual naturalmente já é escorregadia, teremos nestas condições verdadeiras armadilhas em nossas ruas e estradas.


Existe no Brasil o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito Volume IV (Sinalização Horizontal) do CONTRAN sob a Resolução 236 de Maio de 2007.
Este Manual concedeu prazo até 30 de junho de 2008 para adequação às novas especificações.

Este documento de abordagem técnica, objetiva regulamentar a sinalização horizontal no País referente aos aspectos técnicos e mecânicos, como cores e largura de faixas de sinalização, no entanto é possível observar no item 4.6 (Materiais) que não há menção referente ao coeficiente de atrito dos materiais a serem empregados porém a titulo de sugestão alguns materiais são mencionados.


A baixo na integra o referido item obtido diretamente no manual do CONTRAN.

“4.6 Materiais"

clique na foto para ampliá-la
Diversos materiais podem ser empregados na execução da sinalização horizontal.
A escolha do material mais apropriado para cada situação deve considerar os seguintes fatores: natureza do projeto (provisório ou permanente), volume e classificação do tráfego (VDM), qualidade e vida útil do pavimento, freqüência de manutenção, dentre outros.

Na sinalização horizontal podem ser utilizadas tintas, massas plásticas de dois componentes, massas termoplásticas, plásticos aplicáveis a frio, películas pré-fabricadas, dentre outros.

Para proporcionar melhor visibilidade noturna a sinalização horizontal deve ser sempre retrorrefletiva.”


Um destes materiais, o “plástico aplicável a frio”, mencionado é o ideal para a sinalização horizontal, devido as suas propriedades antiderrapantes e durabilidade, porém não é regulamentado o uso deste material é apenas sugerido.

Segue a descrição deste material conforme a empresa que o aplica no Brasil.

O plástico a frio é uma “tinta líquida” com uma formulação especial isenta de solventes, constituída por resina reativa pura de metilmetacrilato associada a pigmentos, aditivos e cargas apropriadas, por vezes, com microesferas de vidro.
No ato da aplicação é adicionado e homogeneizado o endurecedor, que dá início à reação química.”

Na Europa este material é de uso obrigatório conforme a norma EN 1423:1997, ratificada pelo CEN (Comitê Europeu de Normatização) a qual especifica conforme descrição a baixo.

“Materiais para marcação rodoviária – Materiais de projeção – Microesferas de
vidro, agregados antiderrapantes e mistura destes dois componentes”

Este material é o “plástico aplicável a frio”, o qual já foi testado em cidades de alguns estados no Brasil, mas não sob a ótica de promover a segurança no transito proporcionando um maior coeficiente de atrito e sim sua viabilidade econômica, tendo em vista sua maior durabilidade.

Não encontrei qualquer menção no sentido de regulamentação do material a ser empregado na sinalização horizontal, quanto à antiderrapagem para o Brasil, a única regulamentação encontrada referente aos materiais foi a mencionada o item 4.6 do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito.

Por enquanto teremos de permanecer tomando cuidado com a sinalização, procurando não fazer manobras e não usar os freios sobre a mesma, especialmente com piso molhado, evitando desta forma possíveis acidentes.
 
 
 
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Comentários (16)

2/2/2017 23:12:59
ILSE5FKRW
This is just the pecerft answer for all of us
 
12/8/2015 18:31:04
LUIZ ROBERTO DA SILVA
Boa Tarde Sr Alex, procurei e não localizei, vc poderia me dizer qual seria a largura para implantar um faixa para transito de motocicleta.
att. roberto
 
4/4/2011 14:50:26
ALEXANDRE ZAGOLIN
Parabens por tudo que foi esclarecido e tenho uma manifestação a fazer, sobre o rodoanel em São Paulo, viajei para a praia no ano novo com minha esposa e minha amante "shadow 600" rsrsr na volta estava debaixo de chuva no rodoanel e vou te falar aquela sinalização feita no chão do rodoanel e pior que quiabo será que os engenheiros não pensam nisso minha motocicleta com dois Pnus zerados escorregada muito naquela sinalização cheguei até tomar um susto por ela sair de traseira e ficando completamente de lado na estrada por Deus não caimos ao chão ele parece que segurou a gente ai parei no primeniro posto onde tinha uma viatura da policia rodoviária e indaguei o ocorrido e fui informado pelo policial que ja teve mais de 30 quedas de motociclistas por causa da sinalização do solo e ninguem toma nenhuma providência a respeito ISSO É UM ABSURDO e depois querem reclamar de farois xenos e outras coisas mais que instalamos em nossas motocicletas só um desabafo e aviso a quem for passar por lá em dia de chuva TOMEM MUITO CUIDADO PARA NÃO IREM AO SOLO ABRAÇOS
 
14/2/2011 17:19:33
FELIPE LAYERLE
Parabens Alex,

Conforme alguns relatos e comentários aqui, é selo do Inmetro, é documento daqui, documento de lá, um valor absurdo de taxas entre o maldito seguro obrigatório que é caro demais entre outros!

Mas igual muita coisa não se muda no nosso Brasil, esses políticos são tudo ladrão e não são capazes de aumentar o salário mínimo para nossa classe baixa tentar sobreviver, mas para aumentar o salário deles que em 1 mes é muito mais do que muitos trabalhadores brasileiros ganham no ano inteiro eles não podem!!!!! Uma vergonha mesmo!!!
 
10/12/2010 11:05:11
R. PRECIOSO
Caros amigos,
Excelente tema.
Entretanto no nosso "maravilhoso" país as coisas acontecem a revelia do contribuinte. Não interessa a eles o que realmente nós necessitamos. Eles querem o pior pelo maior preço. Um país que a malha rodoviária, onde não existe pedágio, que para se considerar ruim teria que melhorar muito, e onde existe pedágio e perto de regular ou regular. Vejam o exemplo da Via Lagos. Privatizada, com um dos pedágios mais caros do Brasil. (motocicleta em final de semana custa R$7,50). Não tem divisória de pista, e a pista é bastante ondulada, embora não se encontre buracos e nem a fabrica de receita chamada RADAR. Então, se eles não se preocupam com pelo menos um piso de boa qualidade, vão se preocupar com o tipo de faixa sinalizadora que atenda as necessidades de dirigibilidade com segurança? Nem pensar né? Mas partidos brigarem por pastas nos minitérios e secretarias de governo, isso sim interessa e muito. Eu sou motociclista há pouco tempo, ou seja, pouco mais de um ano, mas ouvindo os mais experientes, toda vez que eu vejo uma faixa, por mais fina que seja, fico igual a gato quando sente que vai tomar um banho de água fria. Cada estado ou município utiliza o material que quer, ou que convém ao cofre do secretário. Aqui no RJ pagamos um dos IPVAs mais caros do Brasil e ainda dizem que a condição das estradas e ruas são ótimas. Estudos só existem para justificar o valor absurdo do seguro alegando que o nosso meio de transporte é de risco maior. Mas não esperem jamais que este estudo revele que parte desse risco é promovido pela própria autoridade quando da má sinalização, sinalização inadequada e péssima condição do piso. Enquanto isso, vamos comprando terrenos a revel da nossa vonbtade. Todos os diqas quando gurado minha moto, eu agradeço a Deus por não ter me proporcionado nehnuma queda, até hoje.
Abraços a todos e que tenhamos um Natal de Paz sem sustos.
R. Precioso
 
10/12/2010 10:14:10
DONATO MONTEIRO
Caro Alex.
Extremamente providencial tua abordagem sobre o risco das faixas brancas, como de praxe tb já tomei sustos nestas armadilhas e outras como frisos (sulcos) feitos na pista para evitar a perda de aderência dos carros, lombadas sem sinalização, mudança do tipo de piso e outras barbáries que num país sério dariam um ótimo processo contra o Estado.
Chega até ser engraçado como nossos legisladores dizem levantar a bandeira da segurança ao usuário (motociclista) através de pautas esdruxulas como limitação de velocidade (vide post anterior) numero da placa no capacete e outras atrocidades e para o que é notoriamente importante falta vontade politica e conhecimento de causa.
Levantar a bandeira da segurança é uma das grandes necessidades da família motociclista.
Parabéns pelo artigo.
Grande abraço.
 
10/12/2010 08:58:12
LUNGA
Muito bom o post!
REalmente isso eh um problema que ter graves consequencias.
 
9/12/2010 21:45:32
JOÃO CRUZ
Importantíssima a colocação do Alexsander, por se tratar de um risco de vida para motociclistas estas faixas derrapantes. A classe deve se unir e levar ao Departamento competente esta aberração. Mostrar que, ao invés de organizar o trânsito e proteger quem dele se utiliza, estão na contra mão de direção!
 
9/12/2010 19:46:15
OTAVIO ARAUJO GUGU
Alexsander, gostei de sua abordagem, o assunto "deveria" ser debatido/analizado pelas autoridades... MAS o interesse maior é mesmo na "comissão recebida". Não interessa às autoridades e aos políticos se as faixas são lisas, se motociclistas morrem por causa delas... o que interessa é quanto vai para o bolso da "turma"... Temos que nos unir cada vez mais, trocar informações como esta que você nos proporcionou, participar de debates para quem sabe um dia além de pagar impostos e pedágios nós motociclistas possamos também ter algum direito.
Abraço a todos,
Gugu - Taubaté
 
9/12/2010 19:41:13
TEDESCHI
Muito bom artigo. Quero acrescentar que além das faixas, bueiros e ralos, os chamados tachões na sinalização horizontal criam obstaculos realmente perigosos para os motocicistas. O que em um carro ou veículo pesado é um solavanco ou ruído, em uma moto é tombo certo e ainda por cima sobre superfície com obstáculos...
 
9/12/2010 16:21:20
RICARDO
Muito bom o artigo, agora um ponto também relevante são os bueiros e ralos..no RJ então nem se fala.. acionar o freio (ABS então ne se fala) no meio do bueiro é risco de comprar terreno..
fazem uma pancada de obras e será que não tem um engenheiro decente para eliminar o bueiro e colocar os ralos na lateral do meio fio? Isso sem contar a fiação de luz e os penduricalhos (gatos espalhados).. precisamos é de um choque de ordem urbanístico..
Abs
 
9/12/2010 16:19:20
CESAR ALVES
Caros,
Excelente tema. Se tivermos um advogado na "turma" poderíamos iniciar uma campanha de coleta de assinaturas para exigirmos de nossos nobres representantes uma lei obrigando as autoridades a usar os materiais adequados.
 
9/12/2010 15:56:59
GUILHERME
Eu mesmo levei um "chão" com as faixas de pedestre molhadas. O "marronzinho" do CET que veio me ajudar disse que até os próprios pedestres caem nestas circunstâncias. Maravilha né! Agora, isto dá uma belíssima ação judicial com uma indenização a receber na forma de precatórios municipais em quem sabe, vinte anos.
 
9/12/2010 14:32:37
CICERO PAES
Excelente artigo, algo sobre o qual, normalmente, ninguém se atenta.
 
9/12/2010 14:32:22
JOSÉ LUIZ PESTANA
Alexsander meus parabéns.
É isso aí.
Eles querem selo do Inmetro, selo disso e daquilo, mas se muitas vezes a faixa fosse feita como deva realmente obedecer a critérios de países mais desenvolvidos, estaríamos mais tranquilos com pistas mais adequadas.

Abs,

Pestana, Brasília - DF
 
9/12/2010 14:26:18
MARCOS FREITAS MENANDRO
Até que em fim um manifesto que há muito tempo já deveria ser abordado.
Caro Alexsander,
parabéns

Marcos Menandro, São Paulo
 

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