Rotas

INTEROCEÂNICA RUMO A MACHU PICCHU

O amigo Marcelo Resende, professor da PUC de Belo Horizonte, mas acima de tudo, uma dedicação ao motociclsimo.

 

Texto e fotografias: Marcelo Resende

Otite crônica, crise de coluna que quase me impedia de colocar o pé esquerdo no chão e uma assadura monstruosa em função de dosagem errada de medicamento. Essa não é a melhor situação para dar início a uma viagem de moto. Mas parece que pilotar moto faz um aterramento com o inferno e todos os demônios do corpo e da alma vão indo embora à medida que os quilômetros vão passando sob as rodas. E assim parti para aproveitar a semana de férias familiares que a Karla havia me permitido.

Obviamente eu sonhava em fazer um passeio um pouco mais longo, mas sabia que a saudade de casa seria um grande empecilho. No final de semana anterior eu havia ido na sexta-feira para o encontro de motos em Tiradentes-MG. No sábado à tarde eu já estava sem chão e só pensava em voltar para casa para ficar com a esposa e os dois filhotinhos, apesar do encontro estar ótimo. Resisti, mas no domingo bem cedo eu já estava chegando ao lar.

Com essa restrição em mente, parti pensando em pousar no Grande Hotel de Araxá-MG e depois seguir, se o coração permitisse, até Cuiabá-MT, a convite do Fior, do grupo V-Strom Brasil. Na volta, eu curtiria algumas estradas de terra na região da Serra da Canastra-MG.

PRIMEIRO DIA

Parti na segunda-feira, 05/07/2010, na hora do almoço. Apesar das inúmeras obras na BR-262 para o Triângulo Mineiro, algumas com interdições de até 30 minutos, cheguei em Araxá ainda muito cedo. Não tive dúvida: abasteci e continuei a viagem.

Após ter pilotado por volta de 700 km naquele dia, já anoitecia e parei para dormir em Itumbiara-GO. Não gosto de pilotar à noite por ser menos seguro e também por não enxergar nada após o lusco-fusco.

UM DIA DE CÃO

No dia seguinte, parti com o objetivo de dormir em Cuiabá-MT. Teria que pilotar um pouco mais de 900 km, o que não seria problema algum para quem sai cedo para a estrada. Mas os primeiros 100 km em Goiás já indicavam que o dia não seria bom. A estrada era tão somente um conjunto de imensos buracos. Era necessário entrar e sair de casa um deles. Um verdadeiro exercício de paciência.

Ao entrar no Mato Grosso, o asfalto estava um pouco melhor, mas o trânsito de carretas bitrem era algo monstruoso. Mesmo de moto, cada ultrapassagem era complicada, pois formavam filas imensas e não deixavam nenhum espaço seguro entre elas. Trânsito intenso, em especial no período de safra, e asfalto muito ruim fazem uma combinação cansativa. O trecho entre Itumbiara a Cuibá, passando por Jataí e Rondonópolis, deve ser evitado a todo custo.

Cheguei em Cuiabá no final da tarde completamente exausto. Fui muito atenciosamente recebido pelo Fior que me indicou hotel e à noite fomos comer um peixe Pera e bater um agradável papo.

A noite foi de dúvidas: voltaria para Araxá, passaria uns dias na Chapada dos Guimarães ou seguiria até Porto Velho para fazer uma navegação no rio Madeira?

ENTRANDO EM RONDÔNIA

Como cavalo arreado só passa uma vez, eu não poderia perder essa oportunidade de conhecer o rio Madeira, passeio já sugerido pelo velho amigo João Maia, de Natal. Subi para Rondônia passando por Cáceres.

A estrada estava com alguns buracos e vários remendos, mas com poucos caminhões. O fluxo de veículos a partir de Cuiabá é bem menor. Também a partir de Cuiabá as distâncias começar a ficar bem maiores. Os pontos de abastecimentos ficam mais espaçados e quem estiver com moto com autonomia inferior a 300 km não pode descuidar muito. Não faltará abastecimento, mas também não dá para esperar entrar na reserva para procurar um posto de combustível.

O calor já dava sinais de que seria presença constante. A temperatura ficava sempre entre 37 e 39˚C. Mas como o conjunto de jaqueta e calça era muito ventilado, o calor só era incômodo nas raras paradas.

Aliás, vale destacar que não dá para ficar fazendo paradas constantes no Mato Grosso e em Rondônia, sob pena de não conseguir avançar pelas longas distâncias. Tudo é muito distante nesses estados. Parece que cada quilômetro tem 1.500 metros por lá.

Eu não imaginava que encontraria tanta beleza nas estradas do Mato Grosso. Há várias belas plantações e a vegetação nativa é muito bonita.

Pilotei por um pouco mais de 950km no dia. Já em Rondônia, a noite foi caindo e parei para dormir em Pimenta Bueno. Dei sorte de encontrar vaga em um bom hotel da cidade e que tinha preço bem justo. Próximo à praça principal e junto aos bares, a noite foi de pequena e agradável caminhada e ótima comida.

A otite e coluna já estavam curadas pela moto.

VIAJANDO POR RONDÔNIA

O dia começou com um grande golpe na viagem. Durante o café da manhã no hotel, vi um pai picando frutas e preparando o café para suas duas filhas. Quase pensei e volta na hora para casa, mas resisti a segui em frente.

Viajar por Rondônia foi uma agradabilíssima surpresa. A estrada era domina por alguns poucos caminhões e muitas Hilux. Fiquei impressionado de ver a quantidade de Hilux nas estradas. Sou um grande admirador da Land Rover Defender, jipe que era muito freqüente nas estradas brasileiras. Para minha decepção, vi apenas uma Defender ao longo de toda viagem. Mas as Hilux apareciam como enxames.

Quem nunca viajou por Rondônia não sabe o que está perdendo. Apesar de estradas com vários remendos grosseiros, o visual é lindíssimo. Cada parada era uma diversão ao conversar com a população local. Sempre muito simpáticos, bem humorados e prestativos. Foi uma grande farra esse dia.

A floresta amazônica já fazia as suas primeiras aparições. Inicialmente de forma discreta e afastada. Depois já podia ser avistada a uns 500 metros da estrada. Ali era uma floresta com altura média de 15 a 20 metros e bastante fechada. Mas a ocupação populacional, a agricultura e a pecuária, sempre às margens da rodovia, afastam a floresta do asfalto.

Os pontos altos da viagem nesse dia foram os rios de Rondônia. Cada ponte era uma verdadeira curtição. Os rios são simplesmente maravilhosos. Sempre com água escura e cristalina, como Coca Cola, e com belíssimas praias de areia amarelada, a vontade era de parar em cada ponte para um banho nas águas quentes dos rios.

Fiquei sonhando em poder separar uma semana apenas para curtir os rios de Rondônia. Em vários pontos era possível ver pessoas nadando, outras pescando e outras preparando peixes recém pescados para servir na areia. Muito gostoso, em especial com os 38˚C que me acompanhavam por todo o dia. Não tenha dúvida: pode começar a pensar em passar férias em Rondônia.

Por volta do meio dia cheguei em Porto Velho-RO. Atravessei a cidade e fui ver o rio Madeira. Não era tão largo quanto eu estava pensando e sua água não é um exemplo de beleza por ser turva e barrenta. Sair de casa sem informação adequada acaba dando nisso. Nem mesmo um mapa do Brasil eu estava levando. Apenas o GPS.

Navegar no rio Madeira não era mais o que eu queria fazer. E era ali que tomaria uma decisão importante. Liguei para a ‘sargento Karla’ e tive sua autorização e apoio para esticar um pouco mais as férias familiares.

Resolvi aumentar a viagem até o Peru para conhecer Machu Picchu e a Estrada do Pacífico, chamada também de Interoceânica. O que eu queria mesmo era pegar mais estrada e, sendo possível, chegar a Cusco-PE. Mas se não desse, não teria qualquer problema.

A bem da verdade, vale destacar que a idéia da Interoceânica não surgiu do nada naquele momento. Eu já havia iniciado essa conversa com um amigo em Belo Horizonte-MG, mas infelizmente o planejamento não foi adiante. E também já tinha lido sobre essa estrada em dois livros de amigos, assim como havia acompanhado o blog de um outro amigo que tinha feito esse trajeto alguns meses antes. Mas eu não tinha nenhum planejamento mais estruturado, nem mesmo um guia do Peru.

Decisão tomada, acelerei firme para Rio Branco-AC, pois não sabia se eu encontraria outra cidade a caminho de Assis Brasil-AC, divisa com o Peru, onde fosse possível pernoitar. Como eu já disse, as distâncias por lá são imensas. Às vezes, as cidades um pouco melhores estão a mais de 300km umas das outras.

Após pilotar por quase 1.100km naquele dia, cheguei em Rio Branco no início da noite, escoltado até um hotel por um motociclista – que estava de carro – e me interceptou na estrada.

Rio Branco foi mais uma agradável surpresa. Cidade bonita e com trânsito tranqüilo. Saí para jantar em um restaurante à beira de uma praça. As mesas estavam mesmo na praça. A cidade tinha um cheiro muito gostoso; uma mistura de terra molhada e folha amassada. Como eu estava com muita fome e bem desidratado, duas cubas me deixaram tonto e até agora o porteiro do hotel deve estar tentando entender que pulos eram aqueles que o hóspede estava dando ao voltar do jantar. Era pura alegria por estar tendo a oportunidade de conhecer estados tão afastados quanto encantadores do nosso imenso e rico Brasil.

ENTRANDO NO PERU

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Saí cedo de Rio Branco com destino a Assis Brasil, onde havia a aduana com o Peru. Estrada boa, com apenas alguns remendos. A saída na aduana brasileira foi relativamente rápida. Em 20 minutos eu já estava liberado, mas tive que gastar mais um tempo por lá para contar a todos onde eu estava pretendendo ir. Os policiais federais ficaram preocupados, pois já era o terceiro dia de chuva intensa que se abatia sobre a região.

Atravessei a ponte e cheguei em Iñapari-PE. Uma cidade muito pequena e feia, como todas as outras que eu encontraria às margens da Interoceânica na amazônia peruana.

Tão logo atravessei a ponte entre os dois países, já tive uma noção do motivo da preocupação dos policiais federais na aduana brasileira, pois havia uns 300 metros da estrada em obras e tudo havia virado um grande e profundo lamaçal. Mas nada que “pé de um lado, pé do outro” não resolvesse.

Chegando à aduana peruana, o atendimento foi muito atencioso, mas o policial não conseguia se entender com o computador para registrar os dados de entrada da moto. Fiquei por aí por incríveis 3 horas, sempre vendo a mesma tela do computador e, ao final, a mesma mensagem de “erro”.

Nos intervalos eu aproveitava para trocar Reais por Soles, tirar cópias dos documentos que eles exigem e abastecer a moto. Há várias barracas para trocar moeda bem em frente à aduana. Só tinha como copiar os documentos em uma loja no meio do vilarejo.

O abastecimento foi um caso à parte, pois o único “grifo”, no quintal do cara, onde havia gasolina, estava bem no meio do lamaçal das obras. Desci um degrau de lama de uns 60 centímetros de altura e com uns 70 graus de inclinação. A moto escorregava para tudo que era lado. Durante o abastecimento, vi uma pick up tentando subir o degrau e sem ter sucesso. Mesmo engatando a tração 4x4, a pick up ainda penou um pouco para vencer a subidinha.

Era a minha vez. Manobrei a moto para que ficasse bem de frente com o degrau. Acelerei com algum vigor para que a roda dianteira subisse. Deu certo. Na ponta dos pés, desliguei o controle de tração e acelerei fundo. Voou barro para todos os lados, mas a roda traseira também subiu. Apenas como curiosidade, vale destacar que no dia do meu retorno não havia nenhuma lama, pois a chuva já não castigava mais a região.

Documentação resolvida e câmbio feito, era só seguir até Puerto Maldonado-PE, cidade um pouco maior e que deveria oferecer alguma estrutura para dormir.

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A Estrada do Pacífico está muito boa no Peru, mas os pouco mais de 200 km entre Iñapari e Puerto Maldonado foram vencidos sem muita brevidade porque há uma infinidade de pequenas vilas ao longo da estrada e, em cada vila, vários quebra-molas. Saltar quebra-molas de moto não é problema, mas há que se respeitar e zelar pelas pessoas das vilas. Outro motivo para a viagem mais lenta foi curtir de perto, mas perto mesmo, a impressionante floresta amazônica.

Se no Brasil a floresta está afastada da estrada uns 500 metros, no Peru a estrada é apenas uma insignificante linha asfaltada em meio à selva. Se você sair da estrada poucos metros, já estará dentro da floresta.

Como tempo disponível é um passaporte para o inferno e eu ainda tinha boas horas antes de escurecer, resolvi “explorar mais de perto” a floresta amazônica. Mesmo sob chuva, encontrei uma pequena trilha de terra que saía da estrada e entrava na selva. Era uma trilha estreita, com dois trilhos como se fossem para passar as rodas de carroça e uma parte central mais alta, com grama, separando os trilhos. Ao colocar a roda dianteira na terra, já vi que o passeio não terminaria bem. Consegui entrar apenas uns 10 metros na mata e já foi o suficiente para ficar impressionado como a floresta é fechada. Não só as árvores são muito altas e próximas, como também há muita vegetação trançada pelos caules das árvores. Sem um facão e muita disposição, é impossível avançar pela mata só desviando dos ramos com os braços.

Já tendo noção do tamanho da confusão em que eu havia me metido, vi também que não havia nenhum lugar para virar a moto e voltar. Tentei, obviamente sem sucesso, fazer a roda dianteira subir na grama central entre os trilhos. Impossível. Ao final de uns 15 minutos brigando com a moto e tentando retornar de todos os jeitos sem obter nenhum sucesso, eu realmente desisti e parti para a ignorância.

Já mais suado que bunda de carteiro, pois estava com capa de chuva e enfrentava o insuportável calor úmido da floresta, eu deitei a moto no chão apoiando o cabeçote do motor (que felizmente era boxer) na parte central de grama. Fui puxando a roda dianteira até conseguir fazer a moto girar apoiada pelo motor. Foi bem mais difícil do que eu estava supondo.

Mas a surpresa foi que, uma vez “manobrada” a moto, consegui levantá-la sem maiores esforços, uma vez que o motor apoiado na grama já deixava o guidão da moto mais alto. Nunca transpirei tanto na minha vida.

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Chegando a Puerto Maldonado, vi que teria que atravessar o rio em balsa. Logo saquei o ambiente e notei que tinha duas escolhas: balsas menores, mais usadas por motos e pessoas, ou a balsa maior, um pouco mais demorada, mas com acesso mais fácil.

A descida para a balsa maior era um lamaçal só. Desci bem devagar. A roda dianteira subiu na balsa, mas o pneu traseiro patinava e não dava tração para subir no degrau metálico da embarcação. Um caminhão que vinha logo atrás enfiou o dedo na buzina e não tirou mais. Ele estava descendo com todas as rodas já travadas e escorregando sem parar pela lama. E iria atropelar a moto. Eu já ia pular da moto quando duas pessoas rapidamente seguraram nos protetores de tanque da GS e, com o acelerador aberto, o moto pulou para dentro da balsa. Por uns 10 metros o caminhão não atropelou a moto. Quando ele bateu no buraco onde a moto estava atolada, também ficou atolado.

Atravessamos o rio, todos nós rindo da situação, e o desembarque na outra margem foi muito tranqüilo, pois o acesso era só de asfalto. Vale informar que na viagem de volta não havia lama alguma, apesar de um pouco de chuva que caia.

Chegando ao estacionamento do hotel CabanaQuinta, o menos medonho que encontrei na igualmente medonha Puerto Maldonado, joguei um pouco de água no protetor de motor e na mala lateral para ter noção do tamanho do prejuízo. Para minha surpresa, tudo estava sem nenhum amassado ou risco. Acho que Deus protege mesmo as crianças, os bêbados e os loucos. No meu caso, o idiota pobre também......

SUBINDO A CORDILHEIRA

Acordei cedo, comi alguma coisa no quarto do hotel e saí às 5 horas da manhã de Puerto Maldonado. Os primeiros 80 km foram percorridos com muita neblina, um pouco de chuva e, mesmo antes do sol nascer, já sob 28˚C.

Ninguém sabia me dar informação sobre as possíveis obras na estrada até Cusco-PE. Eu sabia que alguns meses antes a estrada estava sendo interditada para as obras, mas não sabia os horários e os locais das chamadas “tranqueiras”.

A viagem seguia tranqüila e eu ia curtindo o deslumbre que é a floresta amazônica. Até que, antes de chegar a uma vila chamada Mazuco, o asfalto acabou a apareceu a primeira tranqueira. A simpática “operadora de pare-siga” me disse que a estrada ficava fechada das 6h às 12h e das 13h às 18h. E que próximo à vila de Quince Mil havia outra tranqueira funcionando naqueles mesmos horários.

Após dizer que eu estava viajando sozinho e que iria morrer de frio se atravessasse a cordilheira à noite, ela conversou com o dois policiais armados e eles me liberaram para passar, apenas pedindo que eu seguisse devagar.

A partir daí foram aproximadamente uns 35km de estradas alternando um pouco de asfalto e muitas obras. O piso estava bem compactado. O que complicou um pouco foi que passei no terceiro dia de chuvas torrenciais e isso fez com que eu enfrentasse dois tipos de desafios: o nível mais alto dos riachos que têm que ser cruzados e a lama fina sobre a estrada já compactada.

Fui seguindo vagarosamente pela estrada de terra, pelos seus desvios e pelos desvios dos desvios. Os desvios dos desvios eram um pouco mais trabalhosos porque implicavam em lama em subida ou descida. Tudo seguia sem maiores problemas até que em um desvio a estrada simplesmente acabou dentro de um rio largo e com correnteza. Fiquei parado pensando o que deveria fazer.

Como em um passe de mágica, aparece um peruano minúsculo com as roupas do consório Conirsa, que é o responsável por aquela parte da construção da rodovia, me mandando avançar sobre o rio. Como ele estava do outro lado do rio, dei sinal informando que eu não poderia atravessar com a moto. Ele insistiu para que eu passasse.

Confiando nas orientações do peruano, coloquei o controle de tração no modo off road e fui enfiando a moto na água devagar. A água era bem barrenta, mas deu para notar que o piso era de grandes pedras de cascalho. Pedras grandes mesmo. Começou uma parte com mais correnteza contra a moto e firmei mais ainda os pés no chão. A correnteza foi passando, mas o rio ficava mais profundo, até que cobriu por completo o motor. Não me preocupei muito porque sabia que a tomada de ar do motor era bem alta, mas eu não poderia deixar a moto cair para o lado direito sob pena de ter um calço hidráulico.

Sem maiores dificuldades, a não ser a angústia de não saber onde estava colocando a moto, passei por aquele rio. Ao sair do rio, o peruano me disse que o rio havia transbordado por causa das chuvas e tinha coberto o desvio da estrada. Para evitar lama, jogaram cascalho grosso no rio. No dia da volta, com menos chuva, o rio já não avançava mais pela estrada, estava tudo apenas úmido e foi possível passar sem nem colocar os pés no chão.

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Cheguei no vilarejo de Quince Mil. Muita lama, mas nada muito escorregadio. Parei para tomar um refrigerante e me informar sobre a próxima tranqueira. Eram 9h da manhã e três policiais tomavam o café da manhã em um bar. Fui até eles pedir informações. Os três foram muito simpáticos e me confirmaram que alguns quilômetros após Quince Mil havia uma outra tranqueira e que naquela não poderia passar fora do horário de jeito nenhum, pois estavam fazendo explosões.

Fiquei no bar em Quince Mil por duas horas e meia batendo um longo papo com o simpático policial Antônio. Foi uma ótima conversa e ele me deu várias dicas para aproveitar melhor a cidade de Cusco-PE.

Às 11h30 saí de Quince Mil e cheguei rapidamente na tranqueira que ainda estava fechada. Pontualmente às 12h ela foi aberta e se seguiram mais uns 30 km alternando entre um pouco de asfalto e bastante terra. O problema nessa segunda parte era que os trechos de terra estavam já compactados para receber o asfalto, mas a duradoura chuva havia formado uma fina camada de lama que escorregava demais.

Considerando que esse piso era normalmente em curvas fechadas, subidas e descidas, foi necessário não ter vergonha dos trabalhadores da obra e abusar dos pés no chão. Os pés no chão também foram necessários em umas 4 ou 5 pequenas travesseias de riachos ou alagados que se formavam com as quedas de água das altas montanhas.

Duas dicas: entre sempre na parte mais funda do riacho, pois as grandes pedras arredondadas já estão mais compactadas e têm o suporte das pedras mais altas. Use boas botas de cano longo. Como eu estava conjugando botas de cano longo e capa de chuva, não molhei o pé em nenhum momento. Imagino que pegar o frio no alto da cordilheira com os pés molhados não deve ser agradável.

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Finalizada essa segunda parte de aproximadamente 30 km alternando entre asfalto e terra, pensei que só encontraria asfalto até Cusco. Foi um engano, pois justamente na subida da cordilheira está sendo usada uma segunda estrada, muito íngreme e toda de terra batida misturada com cascalho grande compactado. Essa segunda estrada não asfaltada tem uns 7 km e, pelo que pude perceber, está sendo usada enquanto terminam a estrada principal.

Indo por essa estrada não se passa mais em Marcapata. Se quiser ir até lá, terá que pegar um desvio e seguir alguns quilômetros por asfalto até a cidade.

Embora durante a subida eu tenha enfrentado essas partes de obras com bastante lama, não há situações que ofereçam risco se o piloto tiver paciência e humildade perante os desafios. Na volta, embora eu tenha enfrentado também um pouco de chuva, o que é comum na região, o piso estava muito bom. Qualquer moto que seja um pouco mais alta passa sem o menor problema.

Já antecipando um pouco o relato da volta, a única tranqueira que peguei foi entre o trevo de Marcapata e Quince Mil. O horário de fechamento é o mesmo: das 6h às 12h e das 13h às 18 horas.

Ao longo de todas as partes em obras há uma infinidade de pequenas tranqueiras, mas só ficam fechadas por poucos minutos para garantir o tráfego em pista única.

Subir novamente a cordilheira dos Andes, dessa vez pela região amazônica, foi uma experiência belíssima. As montanhas impressionam pelo tamanho. A subida é estonteante, pois se sobe de 600 metros a 4.752 metros de altitude em menos de 100 km. Essa subida faz a Cuesta del Lipan (para o Atacama) e Los Caracoles (para Santiago) parecerem brincadeira de criança. O visual é impressionante.

Aos 4.752 metros o frio é bem forte. Não fiquei muito atento ao termômetro, mas vi temperatura de 3˚C às 14 horas. Como eu estava com as roupas todas ensopadas de suor por ter que ficar usando capa de chuva no calorão da floresta, preferi não ficar dando bobeira no topo da cordilheira, ainda mais estando completamente sozinho em local onde até respirar era difícil. Também não achei prudente trocar de roupa ali com tanto vento. Certamente a moto seria derrubada. Sem dar ao corpo o prazo que ele se ajuste à altitude, é melhor evitar qualquer esforço físico. Preferi seguir viagem e esperar o clima esquentar um pouco à medida que perdia altitude.

CUSCO

Cheguei em Cusco no final da tarde e uma policial me indicou um hotel bem simples, mas limpo e com garagem fechada para a moto, a um quarteirão da Plaza das Armas.

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Não vou ficar relatando nada sobre Cusco, pois o Google ou qualquer guia são as fontes mais adequadas para ler sobre o assunto, mas não posso deixar de registrar que é uma cidade muitíssimo agradável. É necessário ter olhos com alguma experiência em viagens sem guia para conseguir descobrir os bares e restaurantes mais legais.

Fui a alguns restaurantes simplesmente magníficos. E os pubs? Onde menos eu poderia esperar sempre havia um bar/pub onde era possível passar horas admirando a decoração, os drinks e as pessoas.

Como eu estava aberto a experimentar todos os sabores do Peru (no sentido bíblico, obviamente), chegava sempre com uma postura bem “receptiva” nos bares. Rapidamente as garçonetes já estavam batendo papo comigo. Para fazer o pedido, eu sempre dizia: “confio nas suas sugestões para bebida e comida. Por favor, peça para mim o que você achar que é mais saboroso. Mas não me conte antes o que trará, ok!”

Após um momento de dúvida sempre seguido por um sorriso, as garçonetes saiam admiradas. E garanto que só experimentei as mais deliciosas e típicas comidas e bebidas de lá. Atendimento sempre perfeito, obviamente que seguido de boas gorjetas.

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Fiz um passeio de um dia pelo Vale Sagrado, no segundo dia fui a Machu Picchu e, no terceiro, fiz um city tour em Cusco. Fiz questão de escolher passeios sempre com guias de primeira qualidade. Fazer esses passeios sem estar acompanhado de um bom guia é não explorar quase nada da riquíssima cultura inca.

Também não cabe aqui comentar nada sobre Machu Picchu, pois guias e Google também superarão qualquer comentário que eu fizer. Apenas ressalto: é indubitavelmente uma das grandes maravilhas do mundo. Roteiro absolutamente imperdível. Mesmo que se vá de avião, será um ótimo passeio. Mas se for de moto ou carro, conhecendo as pessoas e vendo as paisagens, a sua compressão sobre a cultura local será ainda maior.

Em um dos passeios pelo Vale Sagrado, encontrei um grupo de motociclistas australianos que haviam alugado motos (GS 800, GS 1200 e GS 1200 Adventure) em Santiago. Conversei um pouco com os donos da empresa (www.samttours.com) que foram muito simpáticos.

O INICIO DO RETORNO

Na última noite em Cusco, comecei a avaliar qual seria o caminho de volta. Sem ter mapas em mãos e usando apenas o GPS e algumas lembranças das viagens já feitas pela Argentina e pelo Chile, passei a trabalhar com três roteiros: 1) voltar pelo mesmo caminho, ou seja, Estrada do Pacífico; 2) seguir até Puno, entrar na Bolívia e chegar ao Brasil por Corumbá. As estradas de terra entre Santa Cruz de La Sierra e Corumbá, por pior que estivessem, não deveriam oferecer muito desafio uma que era período de seca; 3) sair por Iquique – Chile e seguir pelo deserto do Atacama e norte da Argentina, entrando por Foz do Iguaçu.

Apesar da grande vontade de passar pela Bolívia, decidi voltar pela Interoceânica por alguns motivos: ver como estaria a parte em obras da estrada caso estivesse chovendo menos, passar em Rolim de Moura-RO para conhecer o Rodrigo Bertelli, o associado mais distante da lista V-Strom e explorar um pouco mais a agradável experiência que tinha sido pilotar no Mato Grosso e em Rondônia. Havia ficado um gostinho de ‘quero mais’ estradas por esses estados

Saí de Cusco por volta das 7h da manhã a uma temperatura de uns 4˚C. A temperatura caiu um pouco quando peguei a estrada e despencou mesmo quando cheguei no ponto mais alto da travessia da cordilheira. Mas não passei nenhum incômodo, pois estava usando o forro térmico da jaqueta e da calça, bem como luvas de inverno.

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O cenário da travessia dos Andes estava muito bonito, pois havia uma forte geada. Alguns pontos de água estavam congelados. Tudo muito bonito. Apesar do frio, havia pouca neblina e deu para curtir bastante a descida da cordilheira.

Entre o trevo de acesso a Marcapata e a cidade de Quince Mil havia a primeira tranqueira. Era a tal tranqueira onde não se pode passar mesmo. Fiquei lá por volta de duas horas no maior papo com os policiais, uma senhora que mora em frente à tranqueira e vende frutas e biscoitos para os motoristas e os demais motoristas que estavam parados. Não foi perda de tempo, mas sim uma curtição aquela parada obrigatória.

Aberta a tranqueira ao meio dia, segui devagar pelo primeiro trecho em obras. Como não estava chovendo, a lama, quando existia, era praticamente desprezível. Não havia qualquer dificuldade em passar pelos desvios.

Parei na delegacia em Quince Mil para despedir no policial Antônio e seus colegas que haviam sido tão simpáticos comigo quando passei por lá alguns dias antes. Após um curto bate papo, segui viagem pela segunda parte em obras.

Apesar de uma fina chuva que caia, praticamente não havia lama nesse trecho. O tal rio que tive que cruzar e cuja água cobriu todo o motor da moto estava praticamente seco e foi possível passar sem nem colocar os pés no chão.

Apesar da infinidade de rápidas tranqueiras, a viagem foi muito fácil, sem qualquer desafio. Quem não der o azar (ou sorte) de passar pela região após vários dias de chuva torrencial não enfrentará nenhum obstáculo que mereça mais atenção. Está tudo muito bem sinalizado e fácil de passar. É claro que motos custom e esportivas rasparão um pouco o fundo nas passagens de córregos, pois a pedras são grandes. Mas com jeito e cuidando bem da embreagem, não haverá qualquer problema.

Não acredito que as obras estarão concluídas até dezembro de 2010 como é prometido. Inclusive, acho que a tranqueira principal – entre Quince Mil e o trevo de Marcapata – demorará a acabar, pois as explosões que estão sendo feitas no trecho demandarão um longo trabalho.

Contudo, fica a dica: quem quiser evitar a tranqueira, passe aos domingos, pois a estrada fica aberta durante todo o dia.

Passados os trechos em obras, segui direto para Puerto Maldonado. Não havia vaga no hotel CabanaQuinta. Custei a encontrar vaga em um hotel que tivesse garagem. Encontrei um hotel pulgueiro ao lado da concessionária Honda que ao menos permitia que eu parasse a moto dentro da recepção.

Em tempo: em todas as cidades menores entre Puerto Maldonado e Cusco há muitos ‘grifos’ para abastecimento. E em quase todas as cidades há rede de celular da Claro e da Movistar. Há também opções de hotéis nessas cidades, mas não sei se com garagem fechada. De qualquer modo, acho que ninguém será louco de entrar no Peru para enfrentar os seus motoristas agressivos e imprudentes sem estar com a moto segurada.

Nem preciso informar que os hotéis serão simplesmente um local para não dormir na chuva, pois certamente são todos abaixo da crítica. Mas há que se lembrar que estamos falando de vilas e povoados amazônicos peruanos. Ninguém com o mínimo de informação irá esperar qualquer tipo de conforto e higiene por lá.

Certamente a garupa não gostará se, por qualquer motivo, ela tiver que dormir por ali, nem mesmo em Puerto Maldonado. Mas se você escolheu viajar sobre uma moto e não dentro de um carro, não se importará em dormir de forma precária algumas vezes.

PUERTO MALDONADO A PORTO VELHO

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Saí às 6h da manhã de Puerto Maldonado. A balsa maior que cruza o rio Madre de Dios funciona das 6h ás 18h. As pequenas balsas que levam pessoas e motos pequenas funcionam 24 horas, mas devem ser evitadas por quem estiver pilotando motos grandes.

Na balsa, conversei com o engenheiro responsável pela construção da ponte sobre o rio Madre de Dios e ele me disse que certamente a tal ponte estaria finalizada até novembro de 2010. Pelo estado das obras, duvido que ele consiga concluí-la no prazo.

Cruzado o rio, segui pela bela estrada até Iñapari, onde em menos de 20 minutos dei a saída do Peru, troquei os soles por Real e fui para a aduana brasileira em Assis Brasil. Mais 10 minutos na aduana e eu já estava pilotando sobre forte frio (havia chegado uma frente fria na região) pelo Acre.

Atravessei todo o Acre e entrei em Rondônia. A viagem estava seguindo muito bem até que cheguei à balsa sobre o rio Madeira. Ao comprar a passagem, a senhora me informou que a balsa estava encalhada e que demoraria mais um bom tempo até chegar o rebocador. Esperei à margem do rio por umas 3 horas até que a balsa chegou.

Ali eu tive que tomar uma decisão importante, pois já estava ficando bem escuro e eu não consigo pilotar à noite mesmo usando óculos. Ou eu voltaria por uns 200km por estrada boa até ter algum ponto para dormir, ou embarcaria a moto e, do outro lado, teria que pilotar por 225km de estrada esburacada até chegar em Porto Velho-RO para dormir. Detalhe: não havia movimento e nem qualquer estrutura no caminho. Seríamos a moto, a floresta, a noite e eu.

Lembrei do parágrafo primeiro do artigo terceiro do estatuto (que não existe) da Putolinos Big Trail: “Avançar sempre. Retroceder; nunca. Render-se; jamais.” Em bom português, segundo a Karla: “Se não agüenta, por que não fica só dando voltinha de moto sábado de manhã?”

Embarquei a moto e os demais carros e caminhões entraram. Durante a nossa travessia, a balsa encalhou de novo. Pensei: “Mais 3 horas de espera”. Mas se já está no inferno, então aproveite e abrace o capeta. Fiquei curtindo o rio sem nenhum stress.

Em pouco tempo, o ‘piloteiro’ conseguiu fazer a balsa girar sobre o próprio eixo e terminamos a travessia. Deixei todos os carros partirem na minha frente, já que certamente eu seria ultrapassado por eles no escuro. A estrada até Porto Velho, cheia de buracos muito grandes na ida, já estava roda remendada. Mas eu não poderia confiar que não haveria nenhum buraco aberto e segui devagar. Havia alguns quilômetros em obras de recapeamento e a estrada estava em terra, mas muito bem compactada.

Três horas depois eu já estava dormindo em um motel em Porto Velho. Apesar das duas balsas, da segunda ter demorado boas horas, das duas aduanas e de ter perdido uma hora do horário peruano em relação ao do Brasil, ainda foi possível cumprir mais de 1.050km no dia sem nenhuma imprudência e cheguei até descansado em Porto Velho.

PORTO VELHO A ROLIM DE MOURA-RO

Esse foi um dia muito tranqüilo, pois eu iria dormir em Rolim de Moura-RO e teria que percorrer só uns 500km. Mas foi um dia muito especial, pois conseguir curtir bastante as paisagens fabulosas de Rondônia.

Cada ponte em Rondônia é um verdadeiro deslumbre. Eu parava em quase todas para admirar os rios. É cada rio mais lindo que o outro. Vários com belas praias de areias amareladas. Vi até algumas dessas praias onde havia gente pescando o peixe na hora, preparando-o na própria praia e servindo às pessoas que curtiam o rio. Foi uma manhã belíssima.

Logo no início da tarde eu já estava em um ótimo hotel em Rolim de Moura, cidade que me surpreendeu muito positivamente. Não é uma cidade grande (ainda bem), mas tem uma ótima estrutura. Aproveitei para lavar a moto, que mais parecia uma bola de barro e cimento das obras da Interoceânica. ‘Depois da chuva’ fui caminhar pela cidade. Uma delícia de passeio.

À noite fui recebido pelo Rodrigo, sua esposa que fazia aniversário no dia e seus pais. Eles me receberam muito bem e batemos um ótimo papo. Noite muito agradável.

ROLIM DE MOURA A CUIABÁ

No dia seguinte parti eu já estava na estrada às 6h30 sob um frio de 10˚C. Tinha uma frente fria parada sobre alguns estados do centro-oeste e do norte. A temperatura chegou no máximo a 14˚C no dia. Mas, bem equipado, não passei frio.

Por sugestão do Rodrigo, evitei a rodovia principal para Cuiabá que passa por Cáceres. Segui a estrada que passa por Sapezal e Barra do Bugres. Foi uma ótima dica, pois o asfalto é novíssimo em grande parte do percurso, evita-se passar por dentro de uma série de cidades e o visual é muito mais bonito. Só não recomendo esse caminho para quem estiver com moto com autonomia inferior a 300km, pois certamente passará aperto.

Diga-se de passagem, como é bonito viajar por Rondônia. Foi uma grande surpresa para mim. À medida que a quilometragem passava, era com muita saudade que eu deixava para trás Rondônia e a floresta amazônica.

No final da tarde eu cheguei em Cuiabá sob uma forte neblina. Estava fazendo 11˚C e a serração era tão forte que não se via quase nada à frente e deixava a pista toda molhada. Parei no hotel Verona, na chegada na cidade, onde aproveitei o frio para pedir o jantar no quarto e dormir bem cedo. Um banho bem quente e cama, pois eu havia pilotado mais de 1.000km naquele dia e quase sempre com dia lindo, mas bastante frio. O céu azul me lembrava o do Atacama.

CERRADO NO MATO GROSSO

Acordei cedo no dia seguinte e ao sair de Cuiabá, a capital mais quente do Brasil, às 7h da manhã o termômetro marcava 10˚C na garagem do hotel.

A ordem do dia seria não passar de forma alguma pela medonha estrada de Rondonópolis-Jataí-Rio Verde-Itumbiara. Ainda que eu tivesse que contornar por Porto Alegre ou Fortaleza, assim o faria, não repetiria aquela chata rodovia por nada.

Escolhi a saída por Chapada dos Guimarães. Foi uma decisão mais do que acertada, pois mesmo sem parar deu para ter uma idéia de quão bela é aquela região. O relevo é grandioso e a cidade de Chapada é um charme só. Não fosse a vontade de chegar em casa, certamente passaria o dia lá. Logo após a cidade de Chapada a temperatura caiu para 7˚C.

Eu tinha imaginado que passaria por uma região bonita, mas realmente não fazia idéia de que aquele seria um dos dias mais lindos da viagem. A viagem entre Chapada dos Guimarães e Barra do Garças foi simplesmente como admirar uma obra-de-arte.

O cerrado naquela região é o mais bonito que já vi dentre as regiões de cerrado do Brasil, e olha que tenho uma boa quilometragem pelo nosso cerrado. Parecia que a vegetação iria explodir de tanta beleza. Parei algumas vezes para curtir os sons da natureza. O delicioso cheiro da vegetação invadia o capacete. Por várias vezes a moto foi sobrevoada por grandes araras azuis e amarelas que pareciam querer brincar comigo.

Certamente voltarei em breve àquela região para poder explorar mais e curtir com calma a vegetação e o relevo que, emoldurados pelo capacete, formaram possivelmente os mais belos cenários de toda a viagem. Aquele dia foi realmente incrível.

Já no meio da tarde eu me aproximava de Goiânia, mas para evitar o grande fluxo de carros que voltaram para a capital no domingo, mudei um pouco o meu roteiro e segui para Anápolis. De lá, ainda pilotei um pouco mais e quando o odômetro parcial registrou que eu tinha ultrapassado os 1.000km também naquele dia, parei para dormir em um motel em Alexania-GO.

A CHEGADA

O último dia foi moleza, porque eu teria apenas que descer um pouco menos de 800km, sendo a grande maioria pela pasteurizada BR-040. Por sinal, a estrada está um tapete só, sem buraco algum. Com o tanque cheio em Alexania, fui colocar os pés no chão só em João Pinheiro-MG, uns 400km depois. Parada para abastecimento e ‘desabastecimento’ e novo tiro big trail de mais uns 400km só colocando os pés no chão novamente na garagem de casa.

No meio da tarde eu já estava com os filhotes no colo e de volta à família.

NAVEGAR É PRECISO

Um banho em casa e já foi o suficiente para começar a planejar as próximas viagens. Mas essas serão agora mais curtas e de carro com a família, pois a Karla e eu temos que começar a plantar nos dois filhotes as sementes do gosto pela estrada.

Mudando um pouco a frase de Fernando Pessoa, digo que viajar é preciso e viver também é preciso. E se for possível conjugar o viajar com o viver, ainda melhor. Que os nossos filhotes adquiram o gosto pela estrada e pelas longas jornadas. Em especial, que apurem todos os seus sentidos para que vivam integralmente cada quilômetro rodado. E que Deus os dê sensibilidade e conhecimento para que entendam, admirem em respeitem os relevos, os climas, as vegetações e as culturas.

ALGUMAS CONCLUSÕES E REFLEXÕES

- Pilotei aproximadamente 9.500km em 15 dias. Nesse período, a moto ficou na garagem do hotel por três dias em Cusco e por outros três dias pilotei só meio dia. Evitei ao máximo pilotar à noite e toda a viagem foi feita sem ultrapassar os 120km/h. As poucas vezes que atingi 140km/h foram em raras ultrapassagens. Em toda a viagem não tomei nenhum susto, não fui fechado nenhuma vez, não tive que fazer nenhuma frenagem emergencial. Foi tudo absolutamente tranqüilo.

- Não há aventura alguma em cruzar a cordilheira pela Estrada do Pacífico. Com o atual estágio das obras, ainda que chova muito, é possível fazer o caminho sem qualquer risco ou imprevisto. Cruzar a cordilheira por esse caminho impressiona pela altitude, pela floresta e pela imensidão das montanhas. Mas pode ser feito por qualquer pessoa sem experiência, desde que respeite os efeitos da altitude e esteja preparado para as variações climáticas intensas.

- Hoje só passa frio ou calor sobre moto quem quer. A tecnologia dos tecidos garante proteção climática sob qualquer situação. Essa história de quase morrer congelado pilotando nos Andes é coisa do passado, quando se usava couro (coitadas das minhas jaquetas de couro esquecidas nos maleiros, que me esfriavam no inverno e esquentavam no verão), ou de quem está muito sem informação sobre os novos materiais disponíveis. Melhor visitar uma boa loja de roupas para motociclismo. Melhor esquecer também a velha relação custo x benefício. Compre o melhor equipamento sem olhar o custo, mas compre só uma vez. É mais barato e inteligente.

- A viagem foi marcada apenas por duas tristezas. A primeira foi ver as centenas de tatus e tamanduás atropelados nas estradas, em especial no Mato Grosso. É uma quantidade muito grande mesmo. A segunda foi ter ido e voltado até um dos pontos mais distantes do Brasil sem ter sido parado para fiscalização policial nenhuma vez. Se não fosse pela aduana peruana, eu não teria nem tirado o documento da moto da carteira. As porteiras estão abertas para veículos roubados, sem documentação e sem condições de circulação. Em apenas um posto policial havia um profissional em pé na estrada verificando os veículos que passavam.

- A moto se comportou maravilhosamente bem. As suspensões, o conforto e a imensa autonomia se destacaram em todo o trajeto. Passando pelas ruas de calçamento de pedra ao chegar em casa, ela continuava sem nenhum grilo, nhec nhec ou tic tic, demonstrando a sólida construção e a robustez da fixação dos bauletos de aluminio. A única intervenção que fiz foi reduzir um pouco a pressão dos pneus em Cusco, pois fui com a pressão indicada no manual para experimentar as recorrentes recomendações de amigos. Na volta, fiz o que sempre gostei: 10 a 15% abaixo da pressão recomendada pelo fabricante. Ficou muito melhor.

- A Estrada do Pacífico poderá ser um divisor de águas para vários estados brasileiros e, em especial, para a integração do Peru à sua rica região amazônica. Mas não sei se será um caminho sempre transitável, pois pelos monstruosos desmoronamentos que vi, qualquer deslizamento de terra sobre a rodovia demorará meses para ser removido.

- A viagem a Machu Picchu pela Interoceânica certamente se transformará no curto prazo em um roteiro muito demandado pelos mototuristas e tem tudo para agradar os viajantes, exceto pela completa falta de higiene nas cidades peruanas da Amazônia. Contudo, dadas as longas distâncias a serem enfrentadas no Brasil, imagino que muitos irão enviar suas motos diretamente para Rio Branco, em especial os motociclistas das regiões Sul e Sudeste.

Muitos motociclistas brasileiros têm parecem ter complexo de vira-lata e só valorizam as viagens feitas para os países vizinhos, em especial Uruguai, Argentina, Chile e Peru. A Bolívia tem entrado no rol dos roteiros mais freqüentes, mas ainda não ocupa posição de destaque, apesar da sua incrível beleza. Normalmente conta-se como todo orgulho e com ar de aventura as viagens feitas nos outros países, ficando as domésticas sempre preteridas, apesar da infinidade de roteiros excelentes que temos no Brasil. Parece que a cordilheira e os desertos são os únicos atrativos para os motociclistas.

Infeliz o motociclista que não sabe apreciar ou não se anima a conhecer as belezas do nosso país. E nessas belezas, temos que inserir Mato Grosso e Rondônia. As distâncias são longas; isso é inegável. Mas Ushuaia também não fica logo ali na esquina. Há que se ter amor pelo ato de pilotar uma moto e muita perseverança para chegar até o Acre.

Se a sua primeira experiência em duas rodas foi em uma Caloi Cecizinha rosa ou se moto é para você apenas um objeto para mostrar aos outros como você é radical e jovem, então é melhor realmente despachá-la para o Acre. Mas se você tem três bagos e é discípulo do Genghis Khan, chegar até lá será um belíssimo desafio, tanto pelo desafio em si quanto pela beleza de todo o trajeto.

Não tem muito tempo para a viagem? Mostre como você é corajoso, acesse o site de uma agência de turismo e compre um pacote “Machu Picchu Aventura”. Tem medo de pilotar pelas estradas do Brasil? Então seja um arrojado piloto de Corolla na ‘ameaçadora’ rodovia Dom Pedro I. Mas tenha a hombridade para contar para os seus filhos e netos que você não foi ao Peru de moto; apenas deu uma voltinha de moto por lá.

Se apesar de toda sorte de razões para não fazê-lo, você ainda pretende iniciar a sua viagem por Rio Branco, trabalhe com a opção de comprar uma XRE 300 ou uma Lander 250 na capital do Acre, faça a viagem com ela e, no retorno, deixe-a para vender na mesma loja onde comprou. Ou negocie previamente com o lojista o deságio para que ele fique com a sua moto. Essas motos são mais que suficientes para te acompanhar pelo passeio.

Contudo, se você escolheu viajar sobre uma moto é porque Deus te deu a sensibilidade para curtir a faixa amarela passando pelo ouvido esquerdo. Assim, não invente desculpas e não deixe de conhecer melhor uma rica parte do nosso país. De quebra, ainda aprecie um belo cenário na cordilheira e curta uma inegável demonstração da sofisticada engenharia inca.

Corra seus riscos, mas viva seus sonhos.

E boa viagem!

Marcelo Resende – BH/MG

m.res@terra.com.br
 
 
 
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Comentários (60)

8/2/2012 19:54:42
PEDRO HENRIQUE
Marcelo, acabei de ler seu relato....e por ironia do destino estava querendo fazer este mesmo roteiro !!..Bingo !!! voce me fez decidir !
Estou pretendendo ir no dia 29 de abril e voltar em 11 de maio...
Estou procurando parceiro(s)....vou sair de SP e tenho uma GSA Adventure....
Dicas,sugestões,parceiros.....estou por aqui esperando ansioso!!
grande abraço
 
7/2/2012 11:40:03
FERNANDO PEDROSO
Marcelão,
indispensavel dizer que cada vez que leio o seu relato mais vem uma força de dentro dizendo "copie a viagem do Marcelo" a questão de alguns dias combinei com alguns amigos fazer um roteiro parecido, estava tudo marcado para abril, ontem eu tive a triste noticia que foi cancelada a viagem, mas lendo pela quarta ou quinta vez este compêndio de uma linda aventura, me deu vontade de ir só, então vou tomar a liberdade de te pedir várias informações, mas isso eu faço em PVT, Marcelo, novamente obrigado por ser um narração que nos faz entrar juntos e ai tentar seguir o caminho de descobriri este Brasil como voce o fez, abraço grande
 
6/11/2011 20:36:31
SERGIO LEONARDO
parabens, amigo
 
21/9/2011 15:39:59
WALDIR
Parabéns pela coragem de fazer uma viagem solo, e mais ainda pela sua maneira de contá-la.
Também em valorizar o turisno doméstico. Que aliás, fiz questão de conhecer todas Capitais Estaduais para depois colocar o nariz lá fora. Giro pela America Latina jan/10.
Sucesso em suas aventuras.
 
20/8/2011 13:53:34
PABLO PÊGO
Kara , este seu depoimento desta grande viajem merece ser vista por todos . Como é bom saber que um Mineiro corajoso e duro na queda rsrsrsr , fez essa aventura . Sou da Cidade de JOAO PINHEIRO MG fiquei muito feliz por você ter colocado os seus pés neste solo , Heroi .
Eu também adoro aventuras, viajar de norte a sul deste pais , conhecer culturas diferentes deste imenso Brasil . Parabens , Parabens mesmo. Votos de Pablo Pêgo.
 
16/8/2011 13:12:07
PERU MOTO AVENTURA
Excelente viaje, un abrzo y saludos.
 
12/8/2011 15:16:58
BETTONI
Parto em dezembro com meu irmão, faremos uma viagem que vai passar pelo Peru, confesso que seu depoimento foi um dos poucos que valeram a pena parar pra ler.

Grande abraço
 
26/6/2011 19:54:09
FLAVIO TREVIZAN
show marcelo, parabéns, em 2010 fui até O ATACAMA saindo de SP capital, com uma xt 660 boa mais deixou a desejar nas retas do deserto de thaco, meu padrinho foi com uma fazer 600 s que foi muito bem na estrada, e outro amigo de 66 tambem, mas foi muito boa essa viagem, pretendo ir a CUSCO em breve,
tenho uma loja de motos, peças e boutique (FLAVIO MOTOS) SE um dia vir para SP será um prazer recebelo, mais uma vez PARABENS...
 
12/5/2011 10:39:09
VLADIMIR SANCHEZ PRIMAVERA DO LESTE MT
marcelo, parabens pela narrativa, recebi de um amigo meu seu texto , pois vou fazer esta viagem no mes de Julho saindo do MT, vou com uma G 650, com a esposa, mas o tempo é curto vamos deixar em casa um menino de 2 anos , estou pensando em mandar a esposa de avião na volta e seguir viagem para o Chile, não para descobrir novos caminhos.
 
4/5/2011 00:33:43
ANTONIO RIBEIRO
Obrigado por ter falado tão bem aqui da minha cidade: Rolim de Moura-RO; e Parabéns pela aventura. encontre-me no orkut: Andarilho de Cristo.
 
14/12/2010 19:47:57
JUAREZ SABADINI
ALO MARCELO PARABÉNS POR TUDO QUE VOCE ESTÁ FAZENDO EM PROL DO MOTOCICLISMO NACIONAL.
SUA AUDÁCIA MERECE UM PRÊMIO. E ESSE PRÊMIO MAIOR É O RECONHECIMENTO DE TODOS OS IRMÃOS ESTRADEIROS, QUE PELO VISTO, SE EXPRESSAM NOS CONTATOS ACIMA.
SAUDAÇÕES ESTRADEIRAS , MUITA SAÚDE E BOAS ESTRADAS.
SABADINI - FILHOS DO ASFALTO MC
 
1/12/2010 15:44:38
VINICIUS MANARTE
Parabéns pela viagem e somente quem é apaixonado por moto e principalmente pela modalidade mototurismo que entende o quanto é prazeroso ver a linha amarela sendo "rompida" sobre a orelha esquerda. Fui à Corrientes (Guarapari ES/Corrientes), rodando 6350km pelo sul e rodaria o dobro se tivesse tempo. Poucos entenderam o que fiz...Fazer o que né!!Parabéns!
 
22/11/2010 06:41:20
GUSTAVO
muito obrigado pela sua atenção.

a moto vou comprar uma xt-660R, nao sei ainda se pego uma 2006 ou 2007.
a outra moto que vai comigo é uma GS-1200 nova.

Vamos partir de Florianopolis. Pensei em seguir até Foz Iguaçu, atravessar Paraguai por Asuncion, e sair na Bolivia, atravessando até o Sucre.

Me disseram que a polícia do Paraguai na fronteira e da Bolívia, são dureza, muito corruptos, e que vao me extorquir ao maximo.

Já viajei pelas estradas Argentinas, e peguei alguns corruptos, mas era facil de resolver, e muitas vezes até muito barato.


Esse vai ser minha primeira grande viagem de moto, as outras foram feitas de carro. Sempre tive motos, tenho boa prática.

Vou de Xt-660R, e vou colocar o protetor de motor com, alforges, e talvez bauleto.
Pensei em comprar acessorios e equipamentos em Foz Iguaçu, ou Bolivia, aonde acha que tem equipamentos melhores e com preço melhor? Capacete, botas, jaquetas, calças, luvas, gorros, protetor coluna, etc...???

Do Sucre siguimos a Ouro, e de Ouro a Santa Rosa de la Paz, depois Titikaka. tem dicas de melhores roteiros, estradas, etc..

Do Titikaka Copacabana, consigo atravessar pra o Peru direto, ou tenho de descer a estrada principal?

No Peru, Cuzco, Machu Pichu, depois descemos ao litoral, Arequipa e Arica, Tocapilla, e cruzamos a San Pedro Atacama.
DE la pra San Salvador de Jjujuy, depois nao sei se volto por Foz ou por Porto Iguazu na argentina.

Queremos viajar tranquilos, sempre das 8hs as 14hs ou 16hs no maximo, boas estradas, sem dor de cabeça com policia ou violencia.

Preciso de dicas de ferramentas, kits, acessorios, e coinsas imprecindiveis de levarmos que vao ajudar e muito na viagem.

Depois quero sim os arquivos de GPS, rotas, mais dicas e mais contatos de parceiros que ja fizeram essa viagem, rota, e
sonho.

Obrigado,
Gustavo
*dicas para gscuba22@hotmail.com
 
12/11/2010 17:33:35
FRED
CARO MARCELO, GOSTARIA DE PARABENIZA-LO PELO RELATO...É SIMPLESMENTE UM ESPETACULO, A TEMPOS VINHA PROCURANDO ALGO ASSIM CONCRETO SOBRE A INTEROCEANICA, POIS NO INICIO DO ANO TINHA A INTENÇAO DE IR PRA MACHU PICCHU POR ELA, ENTRETANTO ACABEI SEGUINDO PELO ATACAMA E DEI O BELO AZAR DE NÃO CONSEGUIR CHEGAR ATE LA POIS, FOI BEM NA SEMANA QUE HOUVE AQUELE TEMPORAL QUE ARRASOU COM AS PONTES E LINHAS DE TREM, MAS COM CERTEZA NESTE PROXIMO ANO FAREI ESSE MESMO PERCURSO QUE VC......PARABENS MESMO....E VAMOSS ACELERARRR.....
 
24/10/2010 12:09:54
JOÃO CRUZ
Caro Marcelo. Bela narrativa a sua. Você que pegou poeira, lama e atoleiros; Intenso calor do sol e penetrante frio que vai da pele até aos ossos; Andou por estradas sem vida, ermas, totalmente abandondas, se clicar no ‘link’ “Aventura de Motocicleta em 1960”, nos capítulos que serão adicionados a partir de hoje e que contam meu retorno ao Rio-RJ, verá que motociclistas estradeiros se repetem, mas cada qual com sua aventura no enfrentamento dos desafios por eles mesmos criados .
 
12/10/2010 21:02:12
MAIZENA
Ei Marcelo,sou motociclista apaixonado,tenho de bmw 1200 gs ano 2007,realmente e uma maravilhosa moto, pertenco ao motoclube aqui de montes claros, lobos do serrado, estou maravilhado com seu relato, e como voce mesmo disse tem que ter saco roxo para ir numa viagem desta e sozinho,estamos planejando para dezembro e janeiro proximo uma viagem para a argentina e chile, vamos ficar cerca de 20 dias, so estou precisando da autorizacao da minha gata, estou tentando convence-la.
um grande abraco
fui maizena.
 
1/10/2010 17:16:28
CARLOS AUGUSTO
Marcelo, parabéns pela viagem e pelo relato. Eu sou de Rolim de Moura - Rondônia e estive também em Cuzco no início de Julho. Eu fui com a família, eu, minha mulher e dois filhos. Só que fomos de carro, num corolla (não tente isso no período chuvoso). A partir de Rolim de Moura foram 2000 km até Cuzco e fizemos exatamente o mesmo roteiro seu, dormimos também no Cabana Quinta, passamos também horas conversando com um simpático policial em Quince Mil (talvez até o mesmo Antonio). Lá no alto dos Andes estivemos também em Machu Picchu (de trem), Vale Sagrado, Puno, Lago Titicaca, Copacabana, La Paz e Cuzco novamente. Fiquei impressionado com a exatidão dos seus relatos, confesso que não conseguiria descrever tão bem este trajeto magnífico. Apesar da grandiosidade da cultura e das edificações dos antigos povos andinos e de suas belíssimas paisagens, tenho que dizer que a parte mais gostosa da viagem foi exatamente a estrada. Passar em algumas poucas horas de 300m de altitude até perto de 5000m, ver a transição entre a mata amazônica até a ausência de vegetação das montanhas da cordilheira, passando entre picos nevados, canyons e desfiladeiros, sentir metro a metro a mudança dos traços e da cultura de nossos simpáticos e receptivos vizinhos peruanos é algo gratificante. Atravessar os Andes é uma experiência inesquecível, eu recomendaria a todos aqueles que tenham ao menos um pouquinho de sangue aventureiro correndo nas veias.
ctuyama@gmail.com
Abraço e parabéns!
 
1/10/2010 10:12:33
MARCOS PABLO MELO
É um belo desafio! Sou de fortaleza-CE e sei que já fizeram essa viagem daqio até Machu Picchu, de Falcon.
Deu vontade de ir na VStrom, com mais 2 amigos de GS. Só não vou topar a chuva, pois a moto é pesada e alta e não tenho pleno apoio com os pés.
Grande viagem, parabéns!
 
21/9/2010 07:39:45
ANTÔNIO CÂNDIDO OSÓRIO NETO BMCB E IE
PARABÉNS pela viagem magnífica e pelo minucioso relato.
É isso aí: “Avançar, sempre; Retroceder, nunca; Render-se, jamais!”
 
20/9/2010 14:57:02
RUBENS NOBRE DINDO
Valeu Marcelo, admiro sua coragem, vc faz um relato como se a viagem fosse simples, eu que ja andei por estas bandas, e sempre pelo asfalto, sei que vc passou momentos dificeis. meu amigo obrigado por deixar os amigos ler sua experencia incrível. Um grande abraço.
Dindo
 
13/9/2010 09:50:37
ANDECO
Olá adorei o teu relato da viagem, vou de férias a rondonia nunca estive no brasil será minha primeira vez, irei estar em Ji-parana e rolim de moura, gostaria de ter seu contacto para trocar opinioes sobre esses locais.

Obrigado. abraço
 
10/9/2010 16:04:04
JOAO CRUZ BELEZA
O MELHOR ÉPOCA PARA IR À CUZCO É NOS MESES DE SETEMBRO A NOVEMBRO, POIS AS CHUVAS DIMINUEM E DÁ PARA APRECIAR A BELA PAISAGEM DA FLORESTA AMAZÔNICA PERUANA E DAS CORDILHEIRAS DOS ANDES! VC PODE CONTRATAR GUIAS LOCAIS E SUBIR NO TOPO DA NEVADA SANTA MÔNICA!
 
1/9/2010 21:37:15
DANIEL
grande Marcelo,
fantastico a sua descricao da viagem. Conheco bem aquelas paragens, ja rodei muto porla. sua narrativa foi fiel e gostei do seu incentivo ao povo rodar no Norte do noso pais, nao sabem o que estao perdendo.
No final de Outubro inicio a viagem ate o Peru via Acre, passando por Chile e voltando pela Bolivia.
Parabens mais uma vez
 
24/8/2010 16:12:00
ANDRÉ LUIS
Muito legal a sua viagem e a narrativa faz com que o leitor se imagine na aventura. Parabéns. Eu tenho vontde de fazer a viagem para Cuzco e São Pedro do Atacama, mas tenho preocupação com a moto, pois saio de Vila Velha-ES e minha moto é uma XT600, com autonomia de pouco mais de 200KM e de carburador ...
nevesandre08@gmail.com

forte abraço
 
23/8/2010 09:51:26
ALMIR DE OLIVEIRA RAMOS
ai marcelo tu es o cara,sou de florianopolis,pretendo fazer esta viagem ano que vem,entre março ou abril de 2011.fui em 2005 para uchuaia com uma xt660 e fiz 11590km.Em março de 2009 fui para Sao Pedro do atacama no norte do Chile ,com uma TDM 900,e voltei pelo pacifico.preciso de algumas informaçoes suas sobre a transoceanica,ja esta quase tudo com com tapete preto, pois pretendo ir com a TDM,por favor me de algumas dicas.UM GRANDE ABRAÇO.
 
17/8/2010 23:57:06
MARCIO BARBOSA
Parabens,Marcelo em maio,eu minha esposa e companheira Claudia mais um casal de amigos,Joseli e Alessandra fizemos Argentina,Chile,Peru e Bolivia( eu com uma vulcam classic 800cc ,Joseli com uma falcon 400cc) e concordo com voçe se viajarmos com atenção e
responsabilidade a viagem é maravilhosa (viagem de motocasalsobreduasrodas.blogspot.com),abraços e espero te encontrar pelas estradas,MARCIO (ATHURMA MOJI MIRIM)
 
14/8/2010 09:22:47
FRANCISCO OLIVEIRA
Buenas Marcelo !

Parabéns pela bela viagem e pela sensilbilidade de perceber que uma viagem deste tipo não é só colocar quilometragem na moto e no piloto, mas sim a oportunidade de entrar em contato profundo com a natureza e com as pessoas por este mundão afora.
Grande Abraço !
 
13/8/2010 21:28:51
ROGERIO PARRA
Parabens Marcelo pelo relato e pela viagem. Tenho uma GS ADV 2007 e vou em Fevereiro/2011 pela mesma rota sua entre Rio Branco e Cuzco. Voce sabe de algum site, blog ou ou outro canal de comunicacao que eu pudesse obter informacoes sobre as condicoes da estrada em janeiro ou fevereiro proximo a minha viagem?
 
10/8/2010 17:21:34
JORGEOVANI
Agora tá moleza.
Qualquer um faz.
Até de BMW passa.
Devia ter ido em 2006 quando fomos e quando não havia asfalto.

Brincadeia a parte,
Parabéns pelo feito.

 
10/8/2010 14:41:13
WILTON ZERBETTO WILTÃO
Marcelão - Principe de CMD.
excelente relato, primeiramente parabéns por ter convencido a KARLA a lhe dar liberdade condicional (risos) e tb parabéns a vc pela aventura.
um forte abraço
Wiltão - GS Adventure
 
9/8/2010 16:59:58
ARLINDO
AI CAMARADA SAIO DE ARACAJU/SE EM 28 AGO/2010, E SIGO RUMO A MACHU PICCHU/PERU, JÁ RODEI EM 2008 DE ARACAJU A VENEZUELA E DESCI POR RIO BRANCO/CUIBA/GOIANIA/ARACAJU, MAS NUNCA ATRAVESSEI OS ANDES, VOU PELA PRIMEIRA VEZ, SÓ COM MINHA SUPER TENERE, VENOD TEUS RELATOS ACHO QUE VOU MAIS SEGURO AGORA, QUAM NASCE PARA SER AVENTUREIRO NUNCA MEDE ESFORÇO NAS VIAGENS PELO NOSSO PAIS QUE É UMA VERADEIRA AVENTURA CONHECER, PRINCILPALMENTE O NORTE DO PAIS.
ABRAÇO
ARLINDO
 
9/8/2010 14:40:55
JOÃO H STAHLKE
PARABENS PELA VIAGEM,ESTIVE EM CUZCO EM 2009,ESSA INTEROCEANICA NÃO SAI DO MEU PENSAMENTO , QUERO VOLTAR PRA CONHECER O NORTE DO PERU.
MARCELO SEMPRE VIAJO COM A ESPOSA SE POSSIVEL ME PASS UMAS DICAS SOBRE ABSTECIMENTO NO TRECHO DE INAPARI ATÉ UROS,DESDE JÁ AGRADEÇO,,ABRAÇOS..
 
8/8/2010 22:24:07
OSWALDO PIGOSSI JR
Fiz essa viagem em 03-09, com uma 1200 adv, com bagagem e garupa, saindo de São Paulo, o trecho entre a fronteira do Peru e Puerto Maldonado, ainda tinha uns 40km de terra, digo LAMA, depois de dois tombos consegui chegar a essa cidade que vc tão bem descreveu, tambem fiquei no mesmo hotel, tanto que revivi minha viagem em sua narrativa. Quanto ao restante do trajeto até Cuzco, tenho de admitir que foi impossivel devido as condições da estrada na época, acabamos por colocar as motos (tres) em um caminhão e seguimos atras em uma van alugada, para ter uma ideia demoramos cerca de 20 hs para fazer os 500km, hoje quero retornar e passar de moto por esse trecho que realmente é demais. Nossa volta foi por Puno , Ilo, Iquique (que é lindo), Atacama, norte da Argentina entrando no Brasil por Foz, rodamos 10.500km em 18 dias. Ai que saudades!!
Parabens pelo seu estilo de vida e de viajar que sem duvida é uma grande dádiva. Abraços
 
8/8/2010 21:20:20
KARYOKA F 800
amigo que viagem maneira\, sorte minha ter vc como amigo e ler essa sua aventura, shom de bola, acho que chorou quando ligou pra casa com saudades das crianças ee e e da KARLA rsrsrssr,não espalha quem ja chorou rsrsrsrsr, que coragem, ano que vem fazo a minha de 15 dias tambem,tem que ver quando que a karla vai assinar outra liberação pra vc viajar rsrsrs, abs bjs nas crianças, e por favor faza meu roteiro de viagem em outubro prq minas, nao vou mais pra porto alegre nao vou fazer minas cidades historicas valeu abs
 
7/8/2010 01:55:04
PAULO NAVARRO
Parabens Marcelo pela sua aventura e narrativa. Moro em Rio Branco-Acre, e vejo muita gente passar por aqui rumo ao Peru, Bolivia etc... Alguns voltam inteiros, outros voltam acidentados, mas voçe disse a coisa certa, paciencia e humildade para poder vencer os obstaculos que são muito maiores doque nós. No mes de novembro 2010, sera inaugurado o asfalto da estrada interoceanica, ficando mais facil de vencer o trajeto Acre/Peru, podendo tambem transitar sem problemas as motos custon e as esportivas. Parabens meu irmão, qdo.voltar me avise pelo email, sou Bodes do Asfalto e Brazil Riders e terei muita satisfação em recebe-lo.
 
6/8/2010 02:10:58
NELSON GONÇALVES
Marcelo,blz!
Fomos em 3 GS até Macchu Picchu em Outubro p.p.(Norte da Argentina e Atacama).
Na Plaza de Armas de Cuzco ,encontramos uma figuraça que acabava de chegar via Porto Maldonado,numa Yamaha Lander (imunda).
Contou da Transoceanica e nos encorajou a voltar por ela...
Afinamos ,pois queriamos retornar pelo Paso San Francisco (um dos lugares mais bonitos que já vi),mas ficou plantada essa ideia de passar por lá numa próxima....
Lendo sua viagem , acendeu de vez a vontade...
Baita abraço estradeiro!
 
5/8/2010 17:08:42
GERSON
Ola, marcelo um dos poucos relatos q. li sobre longas viagens "com conteudo" , suas impressoes finais sobre "viajantes" e "turistas" foi perfeita.
abs
gerson
 
5/8/2010 00:25:06
CARLOS BARBUTO
Caro Marcelo. Parabens pelo relato. Linda viagem. Estou com planejamento para descer ate Ushuaia. Vou de Hornet 600. Como praticamente nao vejo ninguem fazer longas viagens com ela, voce acha viavel ?? Com relacao ao Ripio, voce ve muitas dificuldades ?? Grande abraco.
Carlos Barbuto
 
5/8/2010 00:09:56
GERALDO FRAGA
Parabens Marcelo! Obrigado pelas informacoes
Eu e mais dois amigos estamos planejando pra pilotar ate Machu Picchu em Janeiro/2011.

Grande abraco!

Visite Vila Velha-ES
www.cphotel.com.br
 
4/8/2010 18:20:06
JOEL RHENIUS
Marcelo, estou revivendo uma das mehores viajens que fiz a Estrada do Pacifico em 08/2009, onde 5 amigos saindo de floripa/sc chegamos a Ilo/PE com a estrada em piores situações q o amigo vivenciou, mas desreveu com gde maestria, estamos pensando voltar a estrada do pacifico em 2011, mas q é uma aventura isto sim é e vc a bem relatou, parabens e um abs.
www.picasaweb.google.com.br/jrhenius neste endereço tenho fotos de viagns, no entanto sem o relato, pois este dom/paciencia não as tenho.
 
4/8/2010 15:05:26
GERALDO ALVES FERREIRA
Grande Marcelo, Primeiramente meus parabens por esta grande aventura, também sou motociclista desde os anos 60, já rodei muito, mas uma dessa ainda não.Gostei do relato que você fez da BMW. Hoje tenho uma Strom DL-1000cc.gostaria de troca-la por uma GS.Caso você possa me ajudar nessa fico grato.
Mais uma vez parabens pela grande aventura.
Geraldo Alves Ferreira
Presidente dos Dragões do Asfalto
Membro do Brazil Riders (Sênior)
Perdões(MG)
 
4/8/2010 14:46:21
ROSEMBERG LUIZ DE ALMEIDA
Marcelo, Fiquei feliz em poder ler o seu relato. As informações prestadas são de grande importancia para mim, já que eu e mais dois amigos estamos com projeto de viajar para Cusco via interoceanica em janeiro de 2011. Parabens pela bela aventura. Com certeza nosso animo aumentou.
forte abraço
 
4/8/2010 13:49:39
ELVIS
Excelente e ilustrativo relato
Parabens !
 
4/8/2010 13:32:58
ANDREA BOAVENTURA
ME SENTI QUASE REALIZADA C/ ESSE RELATO! UM DOS GRANDES SONHOS DE MINHA VIDA, E QUE AINDA EI DE REALIZAR, SE DEUS ASSIM PERMITIR, SERÁ CONHECER MACHU PICCHU. PARABENS PELA AVENTURA!
DIVINOPOLIS/MG
 
4/8/2010 11:27:50
BONI
Grande Marcelo!
Moro em Castanhal-Pará. Ja visitei todos os estados do Brasil e tambem fui, todos os países da América do sul, a ultima foi ano passado ( www.aventuraducaribe.blogspot.com). Duas vezes em Machu Picchu, fiz esta viagem em setembro de 2007 via Transamazonica desde Belém, quase tudo sem asfalto , mas o que mais me agradou em seu relato foi a maneira realista como voce o fez, pois tem muitos relatos mais dramaticos que reais e vc fez um retrato real desta região.
Estou as ordens por aqui
Parabens!!!
Boni
 
4/8/2010 10:48:00
APIO CLAUDIO PEREIRA
Marcelo, que puta aventura... meu sonho hoje chega a Treze tilias,SC curitiba,PR e por aí. Morei 12 anos em Porto Velho mas não fui nem ao Acre,pois só após a aposentadoria me dediquei de corpo e alma ao motociclismo. Tenho uma midnight Star da yahama e uma pequena intruder e gostaria de sua opinião sobre o que fazer para seguir seus passos ou trilhas,não acho que a midnight tenha condições de entrar nessa. Como não tenho grana para comprar uma BMW estou pensando em comprar uma falcon, ou coisa parecida, usada, descascar de tudo, refaze-la para então, caso encontre algum outro "loco" sair daqui de teresopolis,RJ e encarar essa. minha pergunta seria: qual moto usada, poderia eu usar nessa empreitada> apos toda modificada, plataformas etc. Encontrei em curitiba um irlandes que estava vindo de ushuaia e voltando pelo litoral, pois tinha vindo por porto velho. ele havia comprado uma moto usada, honda tipo trail na venezuela. ora, posso fazer o mesmo... nao tenho dia nem hora pra sair, basta o planejamento que não tenho e que espero que com dicas e o teu artigo, eu consiga. caso não ache parceiro, vou em solitário mesmo, mas não coloco a midnigth nessa briga. felicitações e abraços
claudio



 
3/8/2010 12:22:03
MARK A. CROFUTT CA
Hi Marcelo. Fantastic trip. I live in California and going to Peru in September. I used Google translator and understand your story in Portuguese. Congratulations adventurous friend! Mark
 
3/8/2010 09:52:16
RAMON C SCHNEIDER
como sempre, excelente o relato do Marcelo. Parabéns pela viagem guri....
 
2/8/2010 16:14:04
HARRY FRANÇÓIA
Marcelo:

parabens pela viagem e sobretudo pela descrição perfeita que faz dos fatos.
Gostaria de colocá-la no site do BMW Clube do Brasil se Vc me permitir.

Harry Françóia
Presidente
 
1/8/2010 22:40:43
MARCO ANTONIO GIACON
Parabéns Marcelo, belíssima viagem e muito bem relatada.Gostaria de saber se vc enfrentou as estradas de terra com pneus especiais, ou foram com os originais da GS mesmo?
 
27/7/2010 23:39:34
FRANCISCO LEANDRO TICO SP
Marcelão vc é ..., é um motociclista e um jornalista parabens e com certeza essa sua historia será combustível para mim e para muitos outros loucos por estradas e novos lugares por conhecer.
Parabens Irmão eu recentemente comprei uma Varadero e irei com ela para esses lugares maravilhosos que vc passou com a sua GS Parabens e saude e paz para vc.
Saudações Francisco Leandro (Tico SP)
 
27/7/2010 19:56:18
MARCIO ALVES ROBERTO
Marcelo, ficou o trecho Corumbá - MachuPichu pra vc fazer, e quero ver se podemos ir juntos. Quem sabe o Lucio tbm não se anima? Dá pra esticar até o Salar de Uyuni. Parabéns pela aventura e coragem de enfrentar tudo isto sozinho, tanto barro e lama. Abçs! Marcio - Campo Grande/MS
 
27/7/2010 11:01:37
CARLOS AUGUSTO A MARTINS
legal Marcelo,seu roteiro será minha próxima viagem.Também tenho uma GS Adventure e com ela já fui ao Atacama,desci até Ushuaia,subi pela rota 40 e fiz a Carreteira Austral.Quem sabe um dia já não tenhamos nos cruzado por ai?
um grande abraço
 
27/7/2010 08:05:20
RENATO NOVARINO
"Viajar é preciso"... nos veremos pelo mundo

www.fotolog.net/easy_rider
 
27/7/2010 00:50:18
JOSE ANTONIO MEDRADO
Caro Marcelo, tenho uma GSA e estou a fazer a minha primeira viagem aqui pela América do Sul. E tens eu relato uma opção a qual vou seguir vossas sugestões. Sou de Lisboa, e moro aqui há mais de 2 anos. Lá, ficamos admirando os irmãos brasileiros e suas lindas aventuras. Parabéns Marcelo!
 
27/7/2010 00:02:27
FERNANDO PEDROSO
Marcelo,
parabens pela viagem, não sei se voce recebeu meu comentario, mas pegar Cuiaba com 10 graus e o mesmo que acertar na mega sena sozinho, saboroso e didatico a sua narração, texto maravilhoso que da vontade de ligar a GSA na garagem e copiar seu caminho,
abraço grande
 
26/7/2010 23:00:17
JOSE VICENTE V. AGUIAR
CARACA É TUDO QUE EU PRECISAVA LER E VER , TUDO FEITO AGORA FRESQUINHO, MOREI EM RIO BRANCO 5 1\2 , TRABALHAVA EM TAXI AEREO , HOJE MORO A 190 KM DE JATAI EM GOIAZ, A CIDADE MAIS PROXIMA SE CHAMA PARANAIGUARA, POIS MORO EM UMA FAZENDA. ESTOU AGUARDANDO A MINHA ADVENTURE DESDE DIA 28 DO MES PASSADO , DATA PROMETIDA PELA AGENCIA DA BMW EM S. PAULO , MEU SONHO NO MOMENTO É IR POR ESTES LADOS QUE VOCE FOI, POREM PENSO EM SAIR NO COMBOIO DO PARIS DAKAR QUE SAI DE B. AIRES DIA 1 DE JANEIRO E SEGUE PARA O NORTE DO CHILE , AI ENTRA A DICA BOA, DE ROTA (CONDIÇÕES DE ESTRADA ) QUE VOCE ME DEU, SOU VETERANO EM MOTO , EM OUTUBRO ULTIMO SAI DE GOIAZ E COMO VOCE DISSE O SARGENTO BETH FOI DE AVIÃO PARA NATAL E EU FUI DELICIANDO PELO SERTÃO , SOZINHO TBEM DE FAT BOY, MOTO ESTA QUE TENHO ATE HOJE E ADMIRO MTO. BEM FOI MTO LEGAL O SEU RELATO ,MTO MAS MTO PARECIDO COMIGO, ADORO VIAJAR COM AMIGOS MAS NÃO INJEITO TRAGETO NENHUM SEJA PARA AONDE QUE FOR E GRAÇAS A DEUS O SARGENTO EU JA DOMEI , JA ERA SOLADO COM O APRENDIZ DA OFICIAL DE JUSTIÇA MAMÃE, ABRAÇÃO, PARABENS QUEM SABE UM DIA A GENTE SE ENCONTRA POR AI NESTAS MANCHAS AMARELAS QUE DIVIDEM NOSSO SONHO DE IDA E VOLTA , MAIS UMA VEZ É ISSO AI , COMO DIZ NA ROÇA SIGURA O GORPE, ABRAÇÃO DE QUEM TEM MTO EM COMUM COM VOCE SEM DUVIDAS ,ATE ...
 
26/7/2010 22:24:36
MANOEL FILHO
Parabéns pela sua grande aventura.
Pretendo fazer essa viagem no final do ano.
Voce tem os trechos, com suas respectivas kilometragens, em território peruano, a partir de Assis Brasil.
Se voce puder me passar, te agradeço.
Quantos kms. tem sem asfalto, dentro do Perú ?

abraço,

Manoel
 
26/7/2010 20:58:36
PAULO ROBERTO GAIDA
Marcelo, são Motociclistas como você quer fazem as nossas aventuras reviverem a cada instante, e nos incentivam a programar outras mais.
Parabéns.
 
26/7/2010 19:46:44
EDUARDO BORGES CORREIA
Cara seu relato me comoveu. Realmente fantástico. Estou pra fazer a minha primeira grande viagem de moto e isso foi um combustível pra mim.

Parabéns
 

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