RUMO AO NORTE DA ÁFRICA

Para começar a falar sobre esta viagem, seria muito cansativo para os leitores se aqui eu resumisse todos os fatos e a magia dos lugares por onde tive a oportunidade de conhecer.

Por isso prefiro publicar algumas passagens que mais me marcaram, e mesmo assim, foram tantas coisas incríveis, que vou relatar gradativamente aquilo que pude vivenciar.

Fiz algumas alterações de percurso em razão dos recentes movimentos políticos no norte do continente africano. Deixei a Europa por Algeciras para atravessar o Estreito de Gibraltar pegando o ferry boat chegando ao continente africano por Ceuta.

A organização de embarque no ferry boat é fantástica. Depois de tramitada a documentação a equipe que trabalha embarcada tem todo um know-how pra amarração das motocicletas, cujas contas são presas ao piso do navio, com várias proteções evitando qualquer tipo de avaria na motocicleta. Depois você se dirige aos andares superiores que também são divididos por categorias, desde a classe econômica, executiva e primeira classe. No interior do ferry você encontra restaurante, free shopping e um terraço para desfrutar da beleza que divide o Mar Mediterrâneo do Atlântico. Embora eu tenha pegado dias com muita chuva, nesta travessia fui presenteado por um pôr do sol que pude pressentir a natureza dando boas vindas a minha chegada ao continente africano, até então pra mim desconhecido.














Após o ferry atracar, eu só tinha na minha mente ir sempre mais a frente


Depois da tramitação de migração em território marroquino, já sentia que todo espaço por maior que fosse, era pequeno se comparado a minha vontade de descobrir algo novo, que só conhecia nas viagens pela internet, livros, revistas e por histórias de conhecidos.

CHEGANDO EM CHEFCHAOUEN

O nome desta cidade foi dado pelos berberes (povos da montanha), que significa “chifres”, atribuídos ao formato de duas montanhas que margeiam o lugar.















Chefchaouen tem uma característica muito peculiar, onde as construções na cor azul predominam

O lugar, um destino popular de compras oferece muito artesanato que não estão disponíveis em outro lugar em Marrocos, como roupas de lã e cobertores tecidos. Nas imediações da cidade encontra-se livremente o “kif” (maconha). A região é uma das principais produtoras de cannabis em Marrocos, sendo o haxixe vendido livremente pelos Chaouenis.














A cidade traz um clima de misticismo














Não só pela composição arquitetônica, mas pelo astral de todo o ambiente. Em Chefchaouen ainda existe uma mesclagem de povos, já que é muito frequentada por turistas de todas as regiões do mundo.

Ali em Chefchaouen, já percebia que estava em outro universo, onde só não sentia o impacto das cores, dos rostos, das vestis, mas de uma cultura a qual me depararia ao longo da minha viagem. Eu já começaria a partir daquele instante a ter uma ideia dos contrastes que estaria prestes a vivenciar.














Levei de Chefchaouen a expressão do rostos das pessoas que ali vivem. Era como se esperassem por algo, mas com um sentimento que externavam que as perspectivas de suas vidas estavam limitadas aquelas paredes e cores.

Na sequencia desta viagem pelo norte do continente africano, iremos publicar várias passagens muito interessantes.

Seguindo para Fez, um lugar muito diferente daquilo que conhecemos. Em muito breve


Abraços,



Eduardo Wermelinger