PASSEIO A GIBRALTAR E TARIFA

Passeio de 4 dias ao Sul da Espanha

Tudo a posto para mais um dia, e desta vez muito mais intenso. Muitos quilômetros a fazer, dois terços por serra, e muito calor para nos amolocer. Nada a fazer, o que gostamos é de andar de moto!

Assim, às 9h da manhã arrancamos de Ronda apanhando a A-369 num belo percurso e mais uma pista de montanha, com um piso fantástico e paisagem espetacular. Curva para esquerda, curva para a direita, é assim durante cerca de 90km, sem parar, sem sequer haver uma reta que se digne de ter esse nome.

Aqui, mais uma vez vamos nos cruzando com muitos motards, uns mais apressados que outros, uns sozinhos, outros em pequenos grupos. Não deixa de ser curioso o total respeito pelo código destes verdadeiros motociclistas, que apressados ou não, só ultrapassam nos locais indicados, não pisam as linhas continuas, não fazem manobras perigosas. E ai de nós, meros portugueses que saiamos da linha, pois tratam logo de nos buzinar e fazer o sinal de "calma aí", português maluco!

90 km de curvas e contra-curvas no meio da montanha é cansativo, por isso fizemos uma paragem num dos muitos cafés que vamos encontrando, para beber uma fresquinha, um café ou a visita à casa-de-banho. Saímos às 9h e chegamos a Gibraltar por volta das 12h.













Gibraltar
O que dizer de Gibraltar? Primeiro, que é um território britânico, localizado no extremo sul da Península Ibérica. É uma pequena península, com uma estreita fronteira para Espanha por norte, fronteira esta que cruza a pista do Aeroporto.

De um lado o Mar Mediterrâneo, do outro lado a Baía de Gibraltar, já no Atlântico. Entretanto, nem tudo é território Inglês. A zona do topo do Rochedo é reivindicado por Espanha que é totalmente rejeitado pela população gibraltina. A montanha (Rochedo), um local de grande importância militar, é ponto estratégico para controlar a entrada do mar Mediterrâneo, estreito oceânico que une a África ao continente europeu.

Pessoalmente não a considero bonita, mas sim fascinante. Por toda a história (confusa) que dela faz parte, como pela aparente construção caótica que podemos observar, o interesse de estarmos num país britânico dentro de Espanha, e podermos sair da confusão da parte citadina, até ao topo do Rochedo e sentirmo-nos pequenos pela dimensão do horizonte. E esta é parte que não se pode perder.

O Topo do rochedo tem 426 metros e é uma reserva natural, onde vivem os únicos macacos selvagens da Europa.

Ponto turístico muito visitado não só devido aos macacos, é composto por fortificações que são mantidas como eram no século XVIII, pelas grutas de São Miguel e pela espetacular vista sobre o estreito e costas da Europa e África. Como não pode deixar de ser, para visitar todos estes pontos turísticos há que pagar o bilhete, e embora seja caro, vale bem os cêntimos gastos.

Perdemos aqui cerca de 1 hora, descendo novamente até território inglês para visitar a praça principal e centro de entretenimento. A "Casemates Square" está recheada de lojas, restaurantes e bares, inserido num espaço amplo e agradável.













Estar aqui numa esplanada a ouvir inglês transporta-nos para o imaginário londrino! Passeamos por aquele local e pelas ruas de comércio que rondam a praça, mas a partir das 15h fecha tudo, por isso decidimos sair de Gibraltar e almoçar na parte espanhola. Antes de sair ainda demos a volta ao Rochedo, e chega a ser claustrofóbico aquela montanha de um lado, o mar do outro, o calor e a humildade.

Finda a visita, seguimos para Tarifa, na província de Cádiz, a cerca de 50 quilômetros dali.


Tarifa
Em Tarifa fica a Punta de Tarifa ou Ilha de las Palomas, o ponto mais meridional da Europa. Podemos ver facilmente a ponta norte de Marrocos e a cidade de Tânger.

Aqui fica um dos portos que servem as carreiras fluviais para Marrocos. Como geralmente é bastante ventosa é por muitos considerada a capital mundial do windsurf e kitesurf. Uma das atividades turísticas mais marcantes de Tarifa é a Observação de Baleias e Golfinhos, em excursões que duram cerca de 2 horas pelo Estreito de Gibraltar.

A cidade em si é muito turística, com muitas esplanadas, bares e restaurantes, muitas ruas estreitas cheias de comércio, muita arte e cultura nas ruas.

Digamos que aqui nos perdemos a andar a pé, a visitar todos os recantos que a cidade nos oferece. Local ideal para passar uma semana de verdadeira folia!

Aqui estivemos até chegar a hora de voltarmos. Ainda tínhamos quase 140 quilômetros até Ronda, já eram quase 18 horas e mais uns minutos começava a escurecer. Arrancamos com a sensação que muito mais havia para ver.

De volta à serra, seguimos novamente pelas nacionais curvilíneas até Ronda.













Espaço
4º Dia, o regresso a casa

O dia seguinte estava reservado para voltar a casa. E assim foi. Muitos quilômetros, locais muito bonitos e com boas estradas, muito mar e muita montanha num belo passeio de 4 dias.

Boas curvas!