Rotaway Brasil Independência

Dia 73: 18/11/2012

 
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Despedidas às vezes doem bastante, ainda mais quando se trata de me despedir da minha grande amiga Daniele e sua família. Mas o negócio é tocar em frente.

Hoje me dei por conta de que já não fazia mais minhas anotações detalhadas sobre o caminho que iria seguir. Já não anotava mais o nome das estradas e cidades por onde iria passar. Só olhava no mapa antes de sair o nome das BR's e ia. Não que eu conheça as estradas do Rio Grande do Sul, mas porque aqui, são menos entroncamentos diferentes e isso facilita.

Dessa vez segui pela BR-158 e quando ela acabou, entrei a direita na BR-290.

Ao chegar em Rosário do Sul, resolvi abastecer no primeiro posto de gasolina na entrada da cidade. Como de costume, pedi que enchesse o tanque com gasolina comum. O rapaz começou a encher até que espirrou gasolina por todos os lados. Molhou até o baú, a mala das roupas, o banco e a lateral da moto. Eu já fiz cara feia para ele, não tive como me conter. Puxei a moto para o lado e peguei um balde com água e comecei a jogar nela. Até aí eu não estava brava.

Fiquei brava quando ele me cobrou todo o valor que deu na bomba. Questionei porque deveria pagar tudo se pelo menos 2 litros haviam ido fora e ele me justificou que a bomba estava com muita pressão e ele não tinha culpa. Tentei explicar que eu é que não tinha culpa e que ainda havia sujado toda a moto. O cara começou a ficar mais rude, então achei melhor pagar e ir embora.

Hoje aconteceu uma coisa que não tenho orgulho de contar, mas como não é uma coisa que costuma acontecer, devo contar aqui. Matei dois passarinhos hoje. Um foi na bolha da moto e o outro bateu no tanque do lado direito. Fiquei morrendo de pena dos bichinhos, mas não tive como evitar. Na verdade só via quando as penas estavam voando por mim.

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Antes de chegar a Alegre, vi um outdoor com um trecho da música "Canto Alegretense" que dizia "Não me perguntes onde fica o Alegrete. Segue o rumo do teu próprio coração". No próximo outdoor estava escrito "Cruzarás pela estrada algum ginete. E ouvirás toque de gaita e violão". E assim foi até chegar a cidade. Achei muito legal, ainda mais porque é uma das minhas músicas favoritas.

Depois de Alegrete vi vários lagartos (bem grandes) na pista tomando sol. Eu até parei para tirar fotos, mas eles acabavam fugindo, mas em geral só fugiam depois de eu desviar deles para não atropelá-los.

Chegando a Uruguaiana, encontrei com o Marcos Feltrin e sua namorada Anna. Gente boa eles, me indicaram o hotel Fares Turis (faresturishotel.com.br) na cidade e que me conseguiram um bom desconto.

O calor era grande, então o Marcos deu a ideia de sairmos mais tarde para passear pela cidade. Naquele momento não era nem 2h da tarde.

Assim que me acomodei em meu quarto, logo o pessoal da RBS TV de Uruguaiana me ligou após o Marcos dar meu contato para eles. Meia hora depois estávamos gravando uma entrevista. Foi bem bacana. Nessa entrevista nem gaguejei tanto e fiquei feliz por isso. Depois de cerca de 2h de gravações e conversa, voltei para o hotel.

Após um belo banho, me arrumei e o Marcos e Anna foram me encontrar e fomos até a margem do rio Uruguai que tem vista para a ponte Getúlio Vargas-Agustín Pedro Justo que liga Uruguaiana a Paso de Los Libres. Naquele horário (18h) já não era tão quente mais. Chegando lá, o normal é estar na rua de asfalto, descer para uma área de terra com pedrinhas que tem e ir até a beira do rio onde o pessoal fica lá tomando chimarrão e curtindo o por-do-sol.

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Acontece que eu desci do asfalto para a terra e fiquei admirada vendo aquela imensa ponte. A vista era muito bonita e "esqueci" de olhar para o chão e me desequilibrei num buraco que tinha. Bem... Quando vi já estava no chão e também não lembro de ter levantado. Tinha bastante gente lá. A vergonha foi tanta que eu não sabia onde me metia. Algumas pessoas apareceram para levantar a moto. Só depois que a moto estava em pé num lugar plano e nos afastamos do local que comecei a sentir dores. Eu não estava com meu "uniforme de viagem", estava de calça jeans, tênis e camiseta. O peso do meu corpo foi todo no cotovelo e a minha sorte é que o baú da direita segurou o peso da moto. Dali em diante, meu cotovelo doeu mais e mais, parecia que até quando mexia os dedos da mão, ele doía. Tirei umas fotos, mas já não estava muito inspirada para isso.

Como amanhã já era dia de ir embora, o jeito foi tentar esquecer a dor e tentar seguir a programação. Fomos para a praça da cidade tomar um café. Eu estava com muita fome, já que não havia comido nada naquele dia até então. No momento em que estávamos estacionando as motos, parou um carro com um casal e uma criança que me perguntaram se eu era a mulher que está dando a volta no país de moto. Fiquei surpresa, pois não imaginava que mais pessoas alí saberiam da minha viagem.

Tomamos um café com o pessoal alí naquela simpática praça, onde as famílias vão com seus filhos para brincarem, tomar chimarrão, conversar.

Quando cheguei no hotel já era noite. Tratei logo de passar uma pomada que tinha no meu kit de medicamentos que a minha mãe preparou para mim antes da viagem.

Começou mais tarde um festival de raios, ventinho gelado e logo começou a chuva forte e com ela acabou a luz. Como eu não conseguia dormir por causa do braço, peguei a lanterninha que veio no meu kit de sobrevivência do Spot me dado pela GlobalStar e fui ver se ela é realmente boa. Imagine uma lanterninha de uns 4 ou 5 c,m de comprimento por um de diâmetro, que iluminava até os prédios ao redor do hotel. Fiquei alí brincando de iluminar as núvens que estavam bem baixas. Fiquei alí naquela brincadeira de criança até acabarem as pilhas. Ops!! Acabaram as pilhas!! Amanhã tenho que comprar mais para um caso de emergência.

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