Saindo da casa de Nadja e Chico após um ótimo café da manhã. Estava nublado. Chico me acompanhou de carro até a saída da cidade.
Segui pela BA-099, também conhecida como Estrada do Côco. Estrada simples, mas super tranquila de andar, pois não haviam caminhões. Tudo bem até começar a chover forte. Poucos postos de gasolina, mas estava tranquilo.
O pânico começou quando a moto entrou na reserva após Conde, onde deveria ter um posto. Eu sei que a moto tem uma boa autonomia depois de entrar na reserva, mas quando aquela luzinha acende, é impossível eu não ficar nervosa. É nessas horas que começo a andar mais devagar, debrear nas descidas, etc.
Eu ia seguir pela estrada para chegar em Aracaju pelo litoral, mas após ver placas avisando que a balsa estava inoperante, segui em direção a Estância para continuar pela BR-101.
Na entrada para a BR havia um posto de gasolina. Era como se ele fosse brilhante e aparecesse um arco-íris ao fundo de tão feliz que fiquei. Alí comecei a ver que as coisas estavam bem complicadas. Já havia pego bastante chuva e pela carinha do céu, São Pedro não ia dar folga.
Segui para Aracaju. Dei uma voltinha esperando receber a mensagem com o nome do hotel que eu ia ficar, mas não recebi nada. Era impossível parar para tirar foto de qualquer coisa que fosse. A única ideia que tive foi seguir para Maceió onde tenho amigos e poderia ficar na casa de algum deles caso não recebesse o nome do hotel que eu ia ficar lá.
Nos primeiros 80km já tinha percebido que não tinha sido uma boa ideia, pois a chuva não dava sinal de diminuir. A BR lotada de caminhões vagarosos, carros querendo passar por cima, buracos... Reconheço que a minha roupa é ótima. Ela é super resistente a água, mas temos que convir que não é roupa de mergulho e, com mais de 300km de chuva ela tinha que passar água. Daí vocês me perguntam: "E porque tu não usa uma daquelas capas de motoqueiro por cima". Eu respondo: "Eu só trouxe a jaqueta dela".
Mas beleza. Lembro que faltava pouco menos de 200km e começou a ficar escuro (era umas 17h quase) e recebi uma mensagem do Alexander perguntando que horas eu ia chegar. Nessa hora respirei fundo e lembrei das vezes que havia viajado a noite e não tinha gostado de nenhuma das vezes. Simplesmente respondi que chegaria a noite.
Dalí em diante a chuva foi parando a medida que ficava mais escuro. Menos mal!!! Com a escuridão, chegaram muitos buracos e desvios muito mal sinalizados na 101. Sou da opinião que farol de moto não foi feito para iluminar a noite. Já andei em diversas motos a noite e, não sei se é comigo, mas não consigo me enxergar direito. Tenho a impressão que o farol baixo funciona muito melhor que o alto que parece iluminar mais para os lados que para a frente. O negócio é "pegar carona" com algum carro e usar a iluminação dele para ver mais longe.
Eu estava realmente cansada já era umas 17h. Eu não consigo andar rápido a noite. Foi quando uma placa apareceu indicando um caminho para Maceió pelo litoral. Entrei alí sem pensar, nada poderia ser pior que o caminho que eu estava.
Parecia que eu estava em outro mundo. Estrada muito boa que passava por canaviais. Após alguns quilômetros melhorou mais ainda. Pista novinha, bem sinalizada. Aí sim rendeu.
Às 19h25 parei num posto de gasolina em Barra de São Miguel. Avisei que já estava chegando, aproveitei para tirar a capa de chuva e esticar as pernas.
Menos de 30km depois estava eu já em outro posto de gasolina em Maceió em frente a orla. O Alexander passou lá de carro e me guiou até o Hotel Matsubara (http://www.matsubarahotel.com.br).
Mais tarde, após tirar as roupas molhadas (meus dedos pareciam uvas passa), tomar banho, ele e o Luis me buscaram para jantar. Muito bacana a noite. Rimos bastante lembrando dos tempos em que morávamos em Santa Maria/RS.
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