BOTSWANA DO SUL AO NORTE – PARTE I

Depois que saímos da África do Sul por Radikhudu chegamos à entrada da Botswana pelo sul, em Lobatse. E ali, na fronteira, já começamos a ter uma ideia do que poderíamos esperar pela frente.

Durante o processo de migração, observei cidadãos de diversas nacionalidades, ingleses, franceses e mulçumanos tipicamente trajados, e as mulheres com vestimentas e burca preta debaixo daquele forte calor úmido da África Tropical.

Em razão do horário, não nos restou outra alternativa a não ser a de pernoitarmos em Lobatse. Antecipando-me uma dica muito importante: jamais viajar à noite pelas estradas da Botswana! Muitos animais na pista e, quando estamos sobre uma motocicleta, ficamos muito mais vulneráveis. Ali é o habitat dos animais e estamos na condição de invasores com as nossas motocicletas.

Mas para encontrar o que estávamos buscando, não seria por rodovias convencionais que iriamos nos deparar com as nossas expectativas. E quando o mapa e a cartografia do GPS nos permitia ter uma melhor visualização entre cidades e vilas tradicionais, a nossa decisão era unânime em buscar essas rotas alternativas.

As condições de piso na Botswana no off road é uma surpresa a cada metro de estrada

Fotografia Eduardo Wermelinger

Fotografia Eduardo Wermelinger

Fotografia Marcelo Resende

Repentinamente após uma terra batida com um pouco de cascalho vem uma areia fofa que até dá para continuar no ritmo da velocidade, mas exige-se muita cautela para não ser surpreendido com bolsas de areia mais extensas e fundas, que podem levar a motocicleta a afundar e ficar atolada, ou até mesmo a um tombo, como foi o meu caso.

Antes de começarmos a nos aprofundar nas características das tribos locais e sua cultura, vamos deixar aqui algumas imagens das estradas que nos proporcionaram acesso a esses locais encantadores.

Fotografia Eduardo Wermelinger

Fotografia Eduardo Wermelinger

Fotografia Marcelo Resende

Vou deixar para o amigo Marcelo Resende relatar abaixo algunas peculiaridades das burocracias das fronteiras que, embora cansativa, principalmente debaixo de um sol de 40ºC, mas com tanto desencontro de informações e decisões isoladas pelas autoridades de migração, aduaneira e de saúde, que chega a ser cômico. Em breve Marcelo Resende com as devidas “explicações ---técnicas” repassará estas dicas para quem deseja viajar de motocicleta pela Botswana.

Fotografia Eduardo Wermelinger

Fotografia Marcelo Resende

Fotografia Eduardo Wermelinger

Na medida do possível, quando houver tempo para escrever e conexão com a internet, iremos fazendo novas postagens. Já temos muitas passagens interessantes, deste as Savanas do Kalahari a região de Ghanzi. Até breve.

Um abraço para todos.

Eduardo Wermelinger
_______________________________________________________________________________________

Por: Marcelo Resende

As fronteiras entre África do Sul e Botswana e deste país com a Namíbia foram, no mínimo, cômicas. Parece existir um controle fronteiriço basicamente para cumprir obrigação, pois fica claro que não há integração de informações ou registro eficiente das pessoas e, no nosso caso, também das motocicletas.
Apenas o passaporte, uma cópia não autenticada do documento da motocicleta e um sorridente “I’m from Brazil” resolvem tudo. Mas há que se levar com humor a falta de organização. Não há nenhuma conferência nos documentos das motocicletas. O viajante simplesmente declara as informações de números de chassis, placa e motor e tudo está resolvido. E tais registros são feitos invariavelmente em um grande livro tipo ‘Diário’ contábil.

Foi possível notar que, mesmo inventando uma numeração de placa, não houve nenhum problema posterior.

Importante lembrar que para entrar na Botswana e na Namíbia há que se pagar uma pequena taxa, com o devido comprovante de pagamento, referente ao “controle” de ingresso das motocicletas.


No caso da Botswana, isso teve que ser feito em Pula, a moeda local, mas já havia estrategicamente uma casa de câmbio uns 100 metros antes do controle fronteiriço onde é feito o pagamento.
Nessa mesma aduana de ingresso à Botswana sofri uma forte discriminação. Informados pelo policial que teríamos que declarar notebook e máquinas fotográficas, seguimos para a “portinha” indicada. O Eduardo fez o registro do note e do seu equipamento fotográfico. Quando chegou a minha vez, fui preencher o formulário de cadastro da minha câmera, mas fui interpelado pelo agente que, de imediato, me lançou um sorriso e disse que “aquilo” ali não precisava ser declarado.....rs.... Pobre coitada da minha “xeretinha”!

Agora, fora de brincadeira, simplesmente sensacional a população da Botswana. Como vi na TV local, a Botswana é um país dançante.

Abraços.

Marcelo Resende

Leia também:

BOTSWANA DO SUL AO NORTE – PARTE II