Destino Alasca

Terça-feira: Bretton Woods, NH - Twin Mountain, NH

13.09.2011

 
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Dá para confiar nesses trilhos?  
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Nós subimos, ele desce  
O dia começou muito bem, com o passeio de trem com cremalheira para subir ao pico do Mount Washington, que fica a quase 2.000 metros de altitude. Pode-se fazer a subida em Van ou com veículo próprio, mas optamos pelo trem por ser mais característico do lugar e por ser a segunda maior inclinação de trem de cremalheira do mundo (o mais inclinado fica na Suíça).

É um só vagão com 60 pessoas no máximo, de hora em hora essa época do ano, ao salgado preço de U$62,00 por pessoa. Uma vez por dia (8h30) a máquina ainda é uma maria fumaça, mas as outras viagens são com locomotivas a diesel. A subida demora 40 minutos e quando se chega lá em cima sopra um vento frio e muito forte - inclusive, se o tempo estiver ruim ou com muito vento o passeio pode ser suspenso. Aliás, nessa montanha foi registrado o mais forte vento medido em todo o mundo: 371 km/h, em 12 de abril de 1934!

Se o tempo estiver limpo dá para ver o Oceano Atlântico e a Província de Quebec mas, segundo o funcionário do trem que viaja no vagão, se a gente conseguir ver qualquer coisa já está no lucro: o cume da montanha fica envolto em nuvens mais de metade do ano. Deu para ver a cadeia de montanhas que há na região, portanto não podemos reclamar.

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Embarcando no trem de cremalheira  
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Vagão do trem  
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A locomotiva a vapor ainda para aí para pegar água  
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Trilhos subindo a montanha  













A cadeia de montanhas do Mount Washington é chamada Presidential Ridge porque cada pico recebeu o nome de um presidente dos EUA. Uma delas, que tem o nome de um senador, será rebatizada no ano que vem com o nome de (Ronald) Reagan. Fica-se por lá no máximo uma hora pois além da passagem de trem prever a descida no seguinte (uma hora depois) não há muito o que se ver. Além de restaurante e loja de souvenirs há um museu: uma casa de pedra muito interessante, pois as paredes foram feitas com pedras empilhadas e tem a espessura de um metro, que inicialmente foi um hotel erguido em 1868 que tinha como quarto 5 triliches num mesmo aposento, e um salão que servia como restaurante e local social e uma grande cozinha. Gosto não se discute...

Depois de voltar à base da montanha partimos em direção do Estado de Vermont, com o objetivo de visitar o Quechee Gorge, uma garganta formada pelo rio Quechee. A idéia era ir até Quechee, dormir lá e visitar a garganta no dia seguinte. Que viagem!

Quando chegamos a Quechee tivemos a triste oportunidade de ver a ação do furacão Irene ao vivo e a cores: um terço da ponte coberta que é um dos atrativos da cidade foi levado pelas águas do tio Quechee. Os poucos hotéis e inns da cidade estavam fechados, e voltamos para Whiteriver Junction (indicação do GPS) para procurar hotel: tudo lotado. Seguimos para o norte em Vermont, e numa parada de estrada com WiFi (gentileza do governo estadual, muito legal!) localizamos um hotel barato e com vagas.

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Estação no topo da montanha  
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Hotel de pedras no topo da montanha  
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Esperando pela refeição  
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Chegou o trem que nos levará de volta  


Ligamos, fizemos a reserva e nos mandamos. Logo descobrimos porque esse hotel estava disponível e a esse preço: as duas estradas que tentamos pegar estavam interrompidas por queda de ponte ou destruição da própria estrada. Desistimos e seguimos para outra cidade onde havia alguns hotéis: lotados!!!

Durante essa procura passamos por diversas cidades - lembramos de Rutland e Barre - onde se podia testemunhar o estrago feito pelo Irene: casas e pontes destruídas, estradas, lavouras, campos de golfe e de futebol cobertos de areia de rio. Muito triste e assustador. Não se consegue imaginar o desespero que deve ter cometido os habitantes dessa região, mas só de ver já deu um aperto no coração. Especulamos inclusive que os hotéis estejam lotados por desabrigados e pessoal trabalhando na recuperação das cidades e estradas destruídas.

Já eram quase 18h00, estava começando a escurecer e bateu o medo: não podíamos confiar em GPS nem mapa pois nunca saberíamos onde apareceria outra estrada interrompida, então resolvemos voltar correndo para terreno conhecido: Twin Mountain, cidade a uns três quilômetros de Bretton Woods - isso só para não ficar no mesmo motel da noite anterior ;-))

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Conforme descemos recomeça a vegetação  
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Preparando o almoço  
Ligamos para fazer uma reserva usando a rede WiFi de um dos hotéis lotados - e a bateria do celular também estava acabando - e nos metemos novamente na estrada. Foi o segundo trecho noturno em toda a viagem -chegamos depois das 21h no hotel - e mais tenso que aquele da Venezuela: nós que passamos semanas na esperança de ver um alce agora passamos duas horas e meia torcendo fervorosamente para que nenhum alce ou outro animal cruzasse nosso caminho nas estradas secundárias sem movimento algum que percorremos. Ainda mais quando a dona do hotel se despediu do telefonema de reserva dizendo exatamente isso: "cuidado com os alces!".


Chegamos ao hotel e ainda conseguimos achar um restaurante aberto para comer uma salada e uma sopa imensamente necessárias: Além do café da manhã tudo que havíamos comido o dia inteiro foi um cachorro quente num posto de gasolina no caminho. E o desgraçado estava apimentadíssimo, a ponto de lembrarmos dele por mais de meia hora após partirmos do posto. Argh! Quem diz que a linguiça apimentada no Brasil é forte ainda não comeu esse hot dog.

Bem, devidamente acomodados no muito confortável hotel, descobrimos que teria sido muito fácil evitar todos esse desgaste: bastaria ter entrado no Google com "quechee gorge irene" e ficaríamos sabendo que a garganta está entupida de bujões de gás e outros objetos. Mas nos baseamos na página oficial do parque onde fica a garganta, e nesse site não há uma palavra sequer sobre danos.
 
 
 
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